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André Ventura rejeita qualquer hipótese de entendimentos entre o Chega e o PSD ou CDS-PP

O presidente demissionário e deputado único do Chega, André Ventura, diz que o Chega “não está à venda” nem tem intenção de se tornar “o CDS do século XXI” e deixa a mesma resposta para o PSD e CDS-PP: “Não obrigado, não queremos nem aceitamos” acordos ou entendimentos.
9 Agosto 2020, 15h45

O presidente demissionário e deputado único do Chega, André Ventura, recusa fazer acordos ou chegar a entendimentos quer com o Partido Social Democrata (PSD) quer com o CDS-PP. André Ventura diz que o Chega “não está à venda” nem tem intenção de se tornar “o CDS do século XXI” e deixa a mesma resposta para o PSD e CDS-PP: “Não obrigado, não queremos nem aceitamos” dialogar.

Num jantar da distrital de Leiria do Chega, André Ventura começou por dizer que o presidente do PSD, Rui Rio, veio a público falar sobre a possibilidade de um eventual acordo de forma “meio atabalhoada”, referindo-se à entrevista do líder social-democrata à RTP3, onde considerou que as conversações “não dependem do PSD, dependem do Chega” e que há abertura no PSD para o diálogo caso o Chega modere o discurso.

“Esta semana, [Rui Rio] disse, de forma assim meio atabalhoada, que sim [a um entendimento entre o PSD e o Chega], ‘mas se eles se mudarem’. Nós, este bando de insurrectos, fascistas e racistas. Como se estivéssemos à venda ou como se fossemos o CDS do século XXI”, criticou.

Para André Ventura, “por muito que nos ofereçam lugares ou ‘lugarinhos’, a força do Chega será sempre a força de denunciar o que está mal”. “Por isso aqui fica a resposta: Rui Rio, não obrigado, não queremos nem aceitamos”, atirou, acrescentando que o PSD “perdeu a coluna vertebral” com a votação ao lado do Partido Socialista (PS) a favor do fim dos debates quinzenais com o primeiro-ministro.

Mas, segundo o líder do Chega, “mais engraçado do que Rui Rio dizer que quer acordos, é ouvir o líder do CDS”, Francisco Rodrigues dos Santos, com “aquela calcinha bege, sapato da linha de Cascais, muito direito, com os olhos muito arregalados, dizer ‘não há nenhuma possibilidade de entendimento com o Chega, zero. Porque nós não vamos em autoritarismos nem em coisas do passado'”.

“Isto dito pelo ‘Chicão’, experiente da vida, valente do coração e que, todos sabemos, nunca cede e que nunca tem medo, nem quando houve o terramoto onde ele estava a falar [num discurso na Madeira em março deste ano]”, ironizou André Ventura.

O presidente do Chega considera que um acordo com condições impostas pelo CDS “só podia ser para rir”, tendo em conta que se trata de “um partido que quase desapareceu nas sondagens” e que “no Parlamento não se faz ouvir”. “Então o CDS tem de levar a mesma resposta que damos ao PSD: não obrigado e não queremos, fiquem com a vossa insignificância”, disse.

André Ventura promete alcançar o Bloco de Esquerda (BE) e o PS nas sondagens, garantindo que “nunca mais” se deixará apanhar pelo Partido Comunista (PCP). “Quando disserem: podem ganhar a todos, mas nunca vão superar o PS, nós dizemos ‘esperem para ver’. Para António Costa, deixamos um aviso: pode-se enganar algumas pessoas durante algum tempo, mas não se engana um país inteiro a vida toda”, referiu André Ventura.

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