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André Ventura sobe fasquia do Chega à subida a terceira força política e eleição de deputados nos Açores

Moção estratégica “Mobilizar Portugal” defende aposta no regresso de emigrantes e no combate à “imigração ilegal descontrolada”. “Temos de manter o trabalho e a ambição em níveis absolutamente insuperáveis para os nossos adversários políticos”, lê-se no documento, a que o Jornal Económico teve acesso.
  • Mário Cruz/Lusa
2 Setembro 2020, 07h55

A moção estratégica “Mobilizar Portugal”, com a qual André Ventura se apresenta à reeleição a presidente do Chega, prevê que o partido eleja deputados nas eleições regionais dos Açores, marcadas para 25 de outubro, e se torne a terceira força política nacional nas próximas legislativas, só atrás do PS e PSD. ” Temos de manter o trabalho e a ambição em níveis absolutamente insuperáveis para os nossos adversários políticos”, lê-se no documento, a que o Jornal Económico teve acesso.

Além da superação do PCP, Bloco de Esquerda e PAN – partidos identificados como podendo disputar o estatuto de terceiro partido mais votado pelos portugueses, ao contrário do CDS e da Iniciativa Liberal -, Ventura apresenta como outro grande objetivo a organização e implementação de uma “forte rede” de gabinetes de estudos no Chega. “Essa será uma fonte de quadros credíveis, sólidos e íntegros para dar resposta às responsabilidades que teremos de começar a assumir a partir dos próximos atos eleitorais”, afirma, realçando aos militantes que “não sabemos quando seremos chamados pelos portugueses a assumir responsabilidades no Governo da República”.

Identificando-se como “principal continuador” do ex-primeiro-ministro e líder social-democrata Francisco Sá Carneiro, Ventura apresenta o Chega como “o farol de que país desesperadamente precisa”, inspirado pelos “valores civilizacionais cristãos que homens como o Papa João Paulo II nos ensinaram”. E com vista à vitória nas eleições diretas marcadas para o próximo sábado, precedendo a segunda convenção nacional do partido, que decorrerá em Évora, a 19 e 20 de setembro, desfila algumas das ‘bandeiras’ do partido no “caminho de construção da IV República”, incluindo o “combate à imigração ilegal descontrolada”, ao marxismo cultural e à ideologia de género, bem como a defesa de uma “profundíssima revisão constitucional nas áreas da justiça, da economia e do sistema político”.

“É preciso mobilizar todas as nossas energias neste momento histórico: temos de salvar a indústria nacional, temos de atrair os recursos humanos mais válidos e sobretudo temos de conseguir fazer regressar ao país aqueles que, por necessidade ou em busca da realização dos seus sonhos, partiram nos últimos anos”, afirma o fundador e deputado único do Chega, referindo-se aos emigrantes como uma “enorme mais-valia portuguesa que se encontra dispersa pelo mundo e que urge fazer regressar a casa”.

Mais sombria é a perspetiva quanto à atual situação de Portugal, descrito na moção estratégica como encontrando-se “numa enorme encruzilhada” devido a um Governo minoritário “incapaz de lidar com a gigantesca crise sanitária, económica e social que se abateu sobre Portugal e sobre a Europa”, a um Presidente da República “completamente inativo e cúmplice do Governo” e a um Parlamento “vergado aos interesses do centrão partidário ou da extrema-esquerda refém do PS”. Também não são poupadas críticas a um “centro-direita e direita completamente inexistentes e um CDS a desaparecer progressivamente”.

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