Angola e a Zâmbia avançaram no acordo de construção de um pipeline multiprodutos e, depois da recente reunião de trabalho entre o embaixador zambiano em Luanda, Lawrence Chalungumana e o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, os dois países estão prontos a assinar o memorando deste projeto de infraestruturas, revelou ao Jornal Económico uma fonte oficial do Ministério dos Recursos Minerais angolano. A assinatura do memorando está agendada para quinta-feira, 29 de abril, salvaguardando eventuais alterações de agenda decorrentes dos interesses dos dois países.
Mas as perspetivas que ficaram combinadas bilateralmente é que os dois países deverão “assinar, em Luanda, a 19 de abril – na próxima segunda-feira -, um memorando para a construção do pipeline”. Segundo o embaixador Lawrence Chalungumana, esta será uma “oportunidade de inserção de Angola no mercado regional e de gerar emprego e energia”. Este projeto deverá atrair a capacidade técnica de engenharia dos empreiteiros locais e internacionais – um sector em que as empresas portuguesas têm reconhecido conhecimento nos projetos realizados em várias geografias africanas.
A reunião com o embaixador zambiano abordou questões relacionadas com interesses comuns a Angola e à Zâmbia no domínio dos recursos minerais e do petróleo, referiu a mesma fonte, esclarecendo que há três anos que a Zâmbia mostra interesse em construir um pipeline multi-produtos, a partir do Lobito, para abastecer o seu país e a região em derivados do petróleo, incluindo gasóleo, gasolina e gás”.
No “corredor” central entre Angola e Moçambique, refira-se que a Zâmbia, oficialmente conhecida como República da Zâmbia, é um país sem costa marítima da África austral. É limitada a norte pela República Democrática do Congo e pela Tanzânia, a leste pelo Malawi, a sul por Moçambique, pelo Zimbábue e pela Namíbia, e a oeste por Angola. Sua capital é Lusaka, localizada no sudeste do país. Potencialmente, um pipeline com origem em um porto angolano, dirigido para a Zâmbia, teoricamente poderia ser completado – caso haja interesse estratégico e vontade política para tal -, até Moçambique, com possibilidade, teoricamente, para ser levado até uma infraestrutura portuária moçambicana.
Recorde-se que a 24 de outubro de 1964, a Zâmbia tornou-se independente do Reino Unido e o primeiro-ministro Kenneth Kaunda tornou-se então no seu primeiro presidente. O partido de Kaunda, Partido Unido para a Independência Nacional (UNIP), manteve o poder de 1964 até 1991. Entre 1972 e 1991, o país foi um Estado de partido único, com o UNIP sendo reconhecido como o único partido político legal.
Kenneth Kaunda foi sucedido por Frederick Chiluba, do Movimento para a Democracia Multipartidária, iniciando um período de crescimento económico-social e descentralização do governo. Levy Mwanawasa, sucessor de Chiluba, presidiu a Zâmbia de 2002 até à sua morte, em agosto 2008, e é creditado pelas suas campanhas para reduzir a corrupção e aumentar o nível de vida.
Após a morte de Mwanawasa, Rupiah Banda presidiu a Zâmbia como presidente interino antes de ser eleito presidente em 2008. Rupiah Banda deixou o cargo depois de ter sido derrotado nas eleições de 2011, pelo líder da Frente Patriótica, Michael Sata, que morreu em 28 de outubro de 2014 – este foi o segundo presidente da Zâmbia a falecer no cargo. Guy Scott teve um breve mandato como presidente interino até à realização de novas eleições, em 20 de janeiro de 2015, onde Edgar Lungu foi eleito como o sexto presidente do país, desde sua independência.
A Zâmbia é membro da Organização das Nações Unidas (ONU), da União Africana (UA), da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e da Commonwealth.
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