António Costa Silva, antigo Ministro da Economia em entrevista ao programa Conversa Capital – Antena 1/Jornal de Negócios defendeu, em relação ao IVA Zero, que “só faz sentido em situações extremas e não de forma permanente”. Uma opinião divergente do PS, cujo líder Pedro Nuno Santos já veio dizer que quer impulsar com o regresso do IVA zero no cabaz de bens alimentares essenciais, agora de forma permanente.
O antigo ministro da Economia, considera ainda, na mesma entrevista, que “ter um pequeno défice não é um problema” desde que não se deixe disparar as contas públicas. Diz mesmo que o Governo anterior poderia ter usado alguma pequena parte do défice para negociar aumentos com algumas carreiras da Função Pública, tal como tem estado a acontecer agora.
Já sobre as eleições, António Costa Silva diz que “espera que, tal como o PS fez com o PSD, que Luís Montenegro também viabilize um Governo PS”.
“Espero que os dois conversem”, acrescentou o ex-ministro.
António Costa Silva não hesita em dizer que “não podemos ter um primeiro-ministro que tem avenças que recebe de empresas privadas”.
Apesar da “consideração” pessoal que tem por Luís Montenegro, o ex-ministro da economia do governo socialista considera que este tipo de atitude também diz muito sobre a “capacidade de discernimento dos políticos”.
Já sobre os apoios à economia na sequência das imposições tarifárias dos EUA, António Costa Silva destaca no imediato a necessidade de apoios à tesouraria das empresas. Mas considera que o lay off simplificado, pedido por algumas empresas, não faz sentido. Ainda assim, lembra a necessidade de preservar o emprego.
O antigo ministro da Economia lembra também como é importante o Governo exercer a sua magistratura de influência para que potenciais investidores mantenham a confiança no mercado e não abandonem o país, lembrando que foi isso que fez no passado e com resultados.
Em termos europeus, António Costa Silva considera que a Europa não deve retaliar na mesma medida, ou seja, com o aumento das tarifas, mas deve “usar já” o instrumento anti-coerção para dar à Comissão Europeia competências para atuar em sectores estratégicos.
O ex-ministro defende por fim a procura e o reforço de novos mercados, nomeadamente com a China, mas numa parceria comercial e não estratégica.
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