António Godinho, que concorreu nas ultimas eleições contra Tomás Correia, explicou em comunicado porque não participou na Assembleia de ontem da Associação Mutualista Montepio Geral. Segundo o associado “participar nesta Assembleia Geral seria proporcionar a Tomás Correia uma oportunidade de legitimação formal”.
“Considerando a última candidatura à Associação Mutualista Montepio Geral, a qual obteve o melhor resultado de sempre de uma lista opositora em eleições no Montepio”, começa por dizer o comunicado de António Godinho. O adversário de Tomás Correia diz que não participou na Assembleia Geral de ontem “por considerar que a reunião está ferida de legitimidade a vários níveis”.
E diz que este “é o momento de denunciar a falta de democracia e pluralismo no Montepio. Nas votações, quem discorda é exposto a votar em pé, pois que as abstenções não são estatutariamente consideradas”, acusa o associado.
“A falta de democraticidade aprofunda-se na dinâmica negativa dos últimos anos, nomeadamente a crise reputacional que atinge o Montepio, com um recorde de 41 mil abandonos de associados, só em 2018”, disse.
António Godinho acusa a Associação Mutualista Montepio Geral de perder “mais de 191 milhões de euros de fundos mutualistas, elevando para 2.000 milhões a diminuição do ativo nos últimos quatro anos e meio chegando-se a um resultado negativo, em 2018, de 10 milhões de euros caso não fosse suportado por mais 11,6 milhões de créditos fiscais”.
E volta a apelar à ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões – “para concluir com a maior urgência a avaliação de idoneidade de Tomás Correia e dos demais membros da Administração do Montepio”. Na sua opinião a retirada de idoneidade deve dar lugar à convocação de novas “eleições num quadro de democraticidade”.
Recorde-se que no inicio de dezembro último, os associados voltaram a reeleger António Tomás Correia, pela quarta vez, para presidir à Associação Mutualista Montepio Geral no próximo triénio. A atual administração, liderada por Tomás Correia, foi eleita com 43,2% dos votos, à frente do candidato da lista C, António Godinho, que obteve 36,3% e do candidato da lista B, Fernando Ribeiro Mendes, ficou em terceiro, com 20,5% dos votos.
Segundo os estatutos da Associação Mutualista Montepio Geral, uma eventual saída de Tomás Correia da administraçãol não significa necessariamente eleições antecipadas, podendo um dos actuais administradores passar a presidente da mutualista num período transitório. Aliás, foi isso que aconteceu em 2008 quando Silva Lopes se reformou e não houve de imediato eleições, tendo Tomás Correia (que pertencia à equipa) sucedido na liderança do Monte
Os associados da Associação Mutualista Montepio Geral aprovaram na quinta-feira à noite as contas de 2018 por “larga maioria” e elegeram a comissão de revisão de estatutos, na assembleia-geral que decorreu em Lisboa.
Essa comissão será composta por Manuel Porto, Pedro Sameiro, António Gaio, Alípio Dias e Menezes Rodrigues. Destes nomes, Alípio Dias e Menezes Rodrigues concorreram nas eleições de dezembro em listas da oposição a Tomás Correia (listas C e B, respetivamente).
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