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António Godinho não participou na Assembleia da Associação Mutualista para “não legitimar” Tomás Correia

O adversário de Tomás Correia nas últimas eleições de dezembro diz que não participou na Assembleia Geral de ontem “por considerar que a reunião está ferida de legitimidade a vários níveis”.
29 Março 2019, 15h22

António Godinho, que concorreu nas ultimas eleições contra Tomás Correia, explicou em comunicado porque não participou na Assembleia de ontem da Associação Mutualista Montepio Geral. Segundo o associado “participar nesta Assembleia Geral seria proporcionar a Tomás Correia uma oportunidade de legitimação formal”.

“Considerando a última candidatura à Associação Mutualista Montepio Geral, a qual obteve o melhor resultado de sempre de uma lista opositora em eleições no Montepio”, começa por dizer o comunicado de António Godinho. O adversário de Tomás Correia diz que não participou na Assembleia Geral de ontem “por considerar que a reunião está ferida de legitimidade a vários níveis”.

E diz que este “é o momento de denunciar a falta de democracia e pluralismo no Montepio. Nas votações, quem discorda é exposto a votar em pé, pois que as abstenções não são estatutariamente consideradas”, acusa o associado.

“A falta de democraticidade aprofunda-se na dinâmica negativa dos últimos anos, nomeadamente a crise reputacional que atinge o Montepio, com um recorde de 41 mil abandonos de associados, só em 2018”, disse.

António Godinho acusa a Associação Mutualista Montepio Geral de perder “mais de 191 milhões de euros de fundos mutualistas, elevando para 2.000 milhões a diminuição do ativo nos últimos quatro anos e meio chegando-se a um resultado negativo, em 2018, de 10 milhões de euros caso não fosse suportado por mais 11,6 milhões de créditos fiscais”.

E volta a apelar à ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões – “para concluir com a maior urgência a avaliação de idoneidade de Tomás Correia e dos demais membros da Administração do Montepio”. Na sua opinião a retirada de idoneidade deve dar lugar à convocação de novas “eleições num quadro de democraticidade”.

Recorde-se que no inicio de dezembro último, os associados voltaram a reeleger António Tomás Correia, pela quarta vez, para presidir à Associação Mutualista Montepio Geral no próximo triénio. A atual administração, liderada por Tomás Correia, foi eleita com 43,2% dos votos, à frente do candidato da lista C, António Godinho, que obteve 36,3% e do candidato da lista B, Fernando Ribeiro Mendes, ficou em terceiro, com 20,5% dos votos.

Segundo os estatutos da Associação Mutualista Montepio Geral, uma eventual saída de Tomás Correia da administraçãol não significa necessariamente eleições antecipadas, podendo um dos actuais administradores passar a presidente da mutualista num período transitório. Aliás, foi isso que aconteceu em 2008 quando Silva Lopes se reformou e não houve de imediato eleições, tendo Tomás Correia (que pertencia à equipa) sucedido na liderança do Monte

Os associados da Associação Mutualista Montepio Geral aprovaram na quinta-feira à noite as contas de 2018 por “larga maioria” e elegeram a comissão de revisão de estatutos, na assembleia-geral que decorreu em Lisboa.

Essa comissão será composta por Manuel Porto, Pedro Sameiro, António Gaio, Alípio Dias e Menezes Rodrigues. Destes nomes, Alípio Dias e Menezes Rodrigues concorreram nas eleições de dezembro em listas da oposição a Tomás Correia (listas C e B, respetivamente).

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