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António Mexia ganhou mais de 1,6 milhões da EDP em 2023 e já está livre para assinar por outra energética

Gestor teve direito a receber 800 mil euros referentes ao último ano do pacto de não-concorrência, assinado quando saiu da empresa em 2020 e válido durante três anos. Terminado o acordo, fica livre por assinar por outras empresas da área.
13 Março 2024, 13h22

Apesar de ter saído da liderança da EDP em 2020, António Mexia teve direito a receber 1,66 milhões de euros da elétrica em 2023, mais seguros de saúde, seguro de vida e Plano Poupança Reforma (PPR). O gestor também já está livre para assinar por outra energética, terminado o pacto de não-concorrência.

Os valores são referentes a remuneração variável do ano de 2020, mas também à última tranche do acordo de não concorrência, assinado quando o gestor saiu da empresa em 2020.

Em termos de remuneração referente ao exercício de 2020, António Mexia teve direito a receber 866 mil anuais.

Também João Manso Neto, agora CEO da Greenvolt, teve o direito a receber 606 mil euros. Outros ex-administradores também receberam: António Martins Costa (495 mil euros) e João Marques da Cruz (321 mil euros).

Em 2022, António Mexia recebeu mais de 692 mil euros referentes ao variável plurianual de 2019. Já João Manso Neto recebeu mais de 499 mil euros.

Recorde-se que António Mexia e Manso Neto suspenderam os seus mandatos durante o ano de 2020 meses depois de terem sido suspensos da empresa por decisão da justiça no processo judicial conhecido como caso CMEC/EDP relacionados precisamente com os contratos CMEC. No final de 2020, acabariam por sair da empresa tendo celebrado acordos de cessação de funções e de não concorrência.

No âmbito dos acordos, os administradores ficaram com o direito de receber os “montantes pecuniários vincendos devidos a título de remuneração relativamente ao mandato decorrido entre 2018 e 2020, incluindo as respetivas componentes fixa e variável, anual e plurianual, cuja avaliação compete à Comissão de Vencimentos do Conselho Geral e de Supervisão, nos termos, em vigor na respetiva data, da declaração de política remuneratória aprovada por esta Comissão e submetida à apreciação da Assembleia Geral”, a que se referem os valores acima descritos.

Mas foi também celebrado um pacto de não concorrência, com António Mexia a ficar com o direito de receber durante três anos o montante de 800 mil euros.

Em 2023, “foram pagos como contrapartida da obrigação de não concorrência ao Dr. António Mexia 400.000 Euros, em janeiro e julho, perfazendo um total de 800.000 Euros, assim como o montante agregado de 145.896,72 Euros relativo a prémios de seguro de saúde e de seguro de vida e de Seguro de Vida PPR”, segundo o relatório de remunerações da EDP.
Já João Manso Neto também tinha direito a receber 560 mil euros por ano durante três anos, mas rejeitou a contrapartida para poder assinar contrato pela Greenvolt.
Terminado este pacto, António Mexia fica livre por assinar por empresas do sector energético.
No processo CMEC/EDP, a acusação pelo Ministério Público só deverá ser conhecida este mês, 12 anos após o início da investigação, segundo noticiou o “Eco” em dezembro. António Mexia e João Manso Neto foram constituídos arguidos em 2017, sendo duspeitos de quatro crimes de corrupção ativa e de alegados subornos ao ex-ministro Manuel Pinho, a Miguel Barreto (ex-DGEG) e a João Conceição (ex-ministério da Economia).
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