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António Ramalho: “Novo Banco não é um jogo político para ser jogado. Não é um ‘Ás’ deste jogo”

António Ramalho criticou especialmente o pedido do Bloco de Esquerda para ser considerada nula a auditoria da Deloitte. Defendeu que o Novo Banco é uma “instituição que pode e deve ser avaliada”, mas não “ser utilizada desta maneira”.
António Ramalho
15 Setembro 2020, 17h10

“Desapontado”. Foi desta forma que António Ramalho se descreveu face ao Bloco de Esquerda e, em particular, a Mariana Mortágua, deputada que na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) e fora dela tem pressionado o exame da gestão do CEO do Novo Banco, e de quem mereceu um sorriso irónico.

“O Novo Banco não é um jogo político para ser jogado. Não é um ‘Ás’ deste jogo. É pura e simplesmente uma instituição que pode e deve ser avaliada, em que o Fundo de Resolução e a administração do Novo Banco devem ser verificadas e percebidas, mas que não me parece que possa simplesmente ser utilizada desta maneira”, disse António Ramalho esta terça-feira, no Parlamento, onde está a ser ouvido pelos deputados sobre a alienação das carteiras de imóveis e créditos detidos por aquela entidade bancária.

Durante a audição, que ocorre uma semana depois de ter sido publicada a auditoria da Deloitte ao Novo Banco/BES, expurgada dos dados considerados confidenciais, depois de questionado insistentemente pela parlamentar, António Ramalho criticou especialmente o pedido do Bloco de Esquerda para considerar nula a auditoria da Deloitte, por o grupo ter assessorado a venda da GNB Vida, num processo que foi desencadeado em 2017 e concluído em 2019.

A Deloitte & Associados, SROC – a entidade independente escolhida para fazer a avaliação determinada pelo Governo em fevereiro de 2019 e que abrange os atos de gestão do BES/Novo Banco entre 2000 e 2018 – num comunicado enviado às redações também afastou qualquer impedimento de realizar a auditoria independente.

No relatório de auditoria, tornado público esta semana no site do Parlamento depois de expurgado das matérias consideradas confidenciais, a Deloitte refere que assessorou a venda da GNB Vida, no capítulo referente à dependência e conflito de interesses, onde concluiu que “não foi identificada nenhuma situação que impedisse ou aconselhasse a não aceitação do trabalho” de análise aos atos de gestão do BES/Novo Banco entre 2000 e 2018.

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