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ANTRAM afirma que parecer da PGR “é avassalador e demolidor” para argumentos dos sindicatos

“Estes patrões são a classe média, não são ricos”, disse o porta-voz da ANTRAM. Em relação ao mecanismo de mediação, André Matias de Almeida garante que “tem de ser desencadeado por quem rompeu as negociações”.
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    Miguel A. Lopes/Lusa
9 Agosto 2019, 13h52

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) congratulou-se com o parecer do conselho consultivo da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre a greve dos motoristas marcada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas das Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM).

André Matias de Almeida, porta-voz da ANTRAM assumiu que “o conteúdo do parecer da PGR é avassalador e demolidor para todos os argumentos que foram, até hoje alancados, pelo sindicato”.

O responsável defende que “este parecer da PGR, órgão independente de todo este conflito”, “não representa uma derrota deste sindicato”, mas sim “apenas uma derrota dos seus argumentos neste conflito que é o maior das últimas décadas em Portugal, do ponto de vista laboral”.

“Não há vencedores nem vencidos”, afirmou André Matias de Almeida pela segunda vez em dois dias. “Aquilo que se passa hoje em Portugal é que todos perderam e todos perdem diariamente”, afirma, dizendo ainda que a ANTRAM defende “desde a primeira hora, a requisição civil preventiva face àquilo que estava declarado em ata”, e garante ainda “a má-fé deste sindicato no processo negocial, que leva o país a estar em suspenso neste momento”.

O porta-voz voltou a sustentar que “nunca ficou mal a nenhum sindicato, ademais com este parecer da PGR, dar um passo atrás, reconhecer o erro que cometeu e voltar à mesa das negociações”. “O SNMMP e o SIMM não estarão na mesa das negociações da ANTRAM depois deste parecer a olhar debaixo para cima”, sendo que em vez “olharão olhos nos olhos com a ANTRAM”, reconhece a associação.

André Matias de Almeida voltou a afirmar que “não aceitaremos, como nunca aceitámos, é de que negociaremos daqui para a frente com uma espada sobre a cabeça”. “Esta greve é uma greve aos portugueses”, sustenta.

Relativamente ao pedido de aumento salarial para os próximos anos, o porta-voz refere que o conflito tem de terminar, uma vez que “o SNMMP e o SIMM sabem que os empregadores são remediados e que estão no auge das suas capacidades, no limite máximo daquilo que podem pagar”.

Negociação e mediação

“Durante este tempo, a ANTRAM esteve sempre disposta a negociar. A ANTRAM assinou a 17 de maio, um protocolo que revela aquilo que a ANTRAM está disponível para fazer, que é de resto a maior evolução da história do setor”, admitiu André Matias de Almeida no fim da apresentação do parecer.

“Falamos do maior aumento de sempre desde o 25 de abril no setor, de uma regulação além daquilo que foi feito em setembro do ano passado”, refere o porta-voz. “Estes patrões são a classe média, não são ricos e a ANTRAM está sempre disponível para negociar desde que não seja com uma espada na cabeça”, volta a sustentar.

Os patrões voltam então a pedir aos sindicatos para levantar o pré-aviso de greve, para “recuar no passo que deu e a ANTRAM garante que estarão à mesa das negociações olhos nos olhos”.

Em relação ao mecanismo de mediação, André Matias de Almeida garante que “tem de ser desencadeado por quem rompeu as negociações”.

“O sindicato das matérias perigosas tinha um protocolo assinado a 17 de maio e uma reunião agendada para 2 de julho. Cancelou essa reunião para ir ouvir os seus associados e, imediatamente, não voltou à mesa das negociações alegando um incumprimento da ANTRAM”, sendo que André Matias de Almeida garante que “se mantém como o segredo mais bem guardado deste sindicato, desde o início deste conflito”.

No fim das suas declarações, o porta-voz dos patrões voltou a referir que “a ANTRAM está sempre disponível para negociar” e que os sindicatos têm de ser “humildes e responsáveis” e perceber “que no conflito laboral não há vencedores nem vencidos”.

André Matias de Almeida terminou a sua intervenção afirmando que “a ANTRAM não negoceia sobre pré-avisos de greve e que não aceita a pressão e chantagem inaceitáveis”.

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