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Apesar de mais digital, o trabalho deverá tornar-se mais humano, diz Deloitte

A pandemia da Covid-19 levou a uma maior relevância dada à componente humana das empresas, ou seja, aos seus colaboradores, refere um estudo da consultora, que aponta a formação e a requalificação profissional como os principais desafios futuros.
28 Fevereiro 2021, 14h03

Apesar de mais digital, o trabalho deverá tornar-se mais humano. A conclusão é do estudo “Humanizar o Futuro do Trabalho”, da consultora Deloitte, que analisou a realidade atual e perspetivou o futuro do trabalho em Portugal, não apenas nas cerca de 30% de funções elegíveis para trabalho remoto, mas nas várias tipologias de funções que não têm hoje essa possibilidade.

“Se fenómenos como a transformação digital ou a automação já pontuavam na maioria dos estudos de tendências, a verdade é que esta crise levou a uma maior relevância dada à componente humana das empresas, ou seja, os seus colaboradores”, salienta.

A pesquisa da Deloitte identifica para quatro arquétipos de funções (“operações”, “atendimento presencial a cliente”, “em movimento”, e “no escritório”) os desafios que as empresas nacionais enfrentaram no início da pandemia, a forma como os têm vindo a resolver e o que consideram ser os desafios futuros.

No momento em que as empresas foram confrontadas com desafios inesperados, a reação foi “rápida e eficaz”, apesar da maioria não se encontrar preparada para isso, conclui o estudo. As ações de resposta à crise centraram-se em medidas transversais como: criação de gabinetes de resposta à Covid-19 e ativação de iniciativas de comunicação corporativa para transmitir orientações globais. O reforço da comunicação e monitorização do estado de saúde – testes à Covid-19, medição da temperatura à entrada das instalações, acompanhamento e aconselhamento de casos em vigilância e monitorização comportamentos de risco foram outras medidas adoptadas.

Saindo do presente e olhando para o futuro, o grande desafio, avança o estudo, é a aposta no reskilling & upskilling. “A pandemia acelerou a digitalização de processos sendo, assim, necessário acompanhar a automação e a digitalização através de investimento na literacia digital dos profissionais, investimento na formação e upskill tecnológico dos profissionais de acordo com oportunidades de transformação e inovação identificadas e incorporação de novas funções nas estruturas com necessidades reforçadas pela transformação digital”, adianta.

O futuro do trabalho passará, também, segundo a Deloitte, pela revisão dos modelos de gestão de talento. Em comunicado, a consultora explica que as participantes no estudo dizem ter necessidade “de rever os modelos de gestão de capital humano, embora considerem que deve aguardar-se por um momento de estabilização dos processos críticos de negócio”.

Nesse sentido, adianta, “será necessário rever a Employer Brand Proposition e os modelos e formatos de gestão de desempenho, bem como repensar os modelos de carreiras numa lógica multi-funcional e de maior flexibilidade. Será ainda necessário rever abordagem aos modelos de contratação e a mecanismos de partilha de ‘pools’ de talento dentro da organização.

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