Os próximos tempos vão ser agitados. Às eleições americanas do fim de ano juntou-se a ‘sanduíche eleitoral’ europeia: eleições em França a 30 deste mês, no Reino unido a 4 de julho, e de novo em França, para a segunda volta, a 7.
Depois da queda estrondosa nas europeias, Macron jogou em antecipação e convocou uma “snap election”, como Sunak já havia feito, no que o “Nouvel Obs” chama “dissolução kamikaze”. Fê-lo provavelmente para evitar ser castigado todos os dias, e pela diferença vamos ter oportunidade de ver quanto valem eleições europeias em termos nacionais, embora a sua quota de popularidade, a 31% de posições favoráveis há um mês segundo o Ifop, esteja baixa (Gabriel Attal tem 45%).
Mas Rishi Sunak está em pior posição. Apesar da inflação estar em queda e a bolsa a subir, está condenado a perder. Os eleitores querem livrar-se dos conservadores, não interessa como correm os debates – Sunak venceu o debate de há uma semana, mas sem resultado. A sensação é que perderia contra quem quer que fosse, dissesse o que dissesse.
Escreve Stanley no “Telegraph” que Starmer vai ser primeiro-ministro, “mas agora sabemos que será um mau primeiro-ministro”. A dúvida que resta é se os Tories conseguirão manter o segundo lugar ou se serão ultrapassados por Farage, que está de regresso. Dirão alguns que uma desgraça nunca vem só…
Nos EUA também temos novidades. Não nas taxas de juro, que na decisão de amanhã a Reserva Federal (Fed) deverá manter: a FedWatch Tool da CME dá uma probabilidade de 99,4% de assim ser, mas agora deverá haver apenas um corte – de 25 pontos base – até final do ano, em vez de dois (probabilidades de 55% contra 45%).
Isto é consistente com a mediana do Summary of Economic Projections para a fed funds rate subir de 4,6% em março para uns prováveis 4,8% (mesmo assim, duas descidas de 25 pontos), o que se deverá ao mercado de trabalho continuar em força, com a criação de 272 mil novos postos de trabalho em maio, ao mesmo tempo que o modelo GDPNow da Fed de Atlanta elevou a projeção de crescimento económico neste trimestre de 2% para 3%.
Mas a grande novidade é que os EUA têm o primeiro Presidente da sua História que foi condenado, e que só não fará a sua campanha presidencial a partir da prisão por ir, most likely, recorrer da sentença.
Quem vai ficar feliz é o diretor da prisão, que não vai ser insultado todos os dias. Como canta Isaac Brock no March Into The Sea, “if food needed pleasing, you’d suck all the seasoning off”.