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Apoio incondicional à Ucrânia cai drasticamente na Europa Ocidental

Sondagem do YouGov identifica que o fim negociado da guerra com a Rússia é a opção preferida em quatro dos sete países onde o estudo foi realizado – Alemanha, Itália, França, Espanha, Suécia, Dinamarca e Reino Unido.
26 Dezembro 2024, 09h57

A disposição de apoiar a Ucrânia “até que ela vença” caiu drasticamente na Europa Ocidental num momento crítico para o país invadido pela Rússia, revela uma sondagem realizada pela YouGov em França, Alemanha, Itália, Espanha, Suécia, Dinamarca e Reino Unido. O desejo de apoiar a Ucrânia até à vitória mesmo que isso signifique prolongar a guerra caído em todos os sete países nos últimos 12 meses. O apoio a uma resolução alternativa para o conflito – um fim negociado para os combates, mesmo que isso deixasse a Rússia no controlo de partes da Ucrânia – aumentou em todos os países, segundo o estudo de opinião. Em quatro dos sete países analisados, é essa agora a opção preferida.

Numa altura em que Keith Kellogg, o enviado especial do presidente eleito dos Estados Unidos para a Ucrânia, se prepara para iniciar uma ronda pelas capitais europeias, o suporte a Kiev parece estar a descer, numa altura em que o impacto económico desse suporte começa a sentir-se no orçamento do bloco dos 27. A sondagem mostra que a disposição de apoiar a Ucrânia até que à derrota da Rússia permanece alta na Suécia (50%) e na Dinamarca (40%), com o Reino Unido nos 36%, mas esses níveis caíram cerca de 14 pontos em relação aos números de janeiro (57%, 51% e 50%, respetivamente).

No mesmo período, a percentagem dos que disseram preferir uma paz negociada aumentaram na Itália (para os 45%) na Espanha (55%), em França (45%) e na Alemanha (38%), acompanhadas por quedas correspondentes na disposição de apoiar incondicionalmente a Ucrânia. Citada pelos jornais britânicos, a sondagem não deixa claro se a mudança reflete o declínio do interesse sobre o assunto ou o aumento da fadiga. Na França, Alemanha e Suécia, escreve o “The Guardian”, a proporção dos que querem que a Ucrânia vença permaneceram estáveis ​​desde o início de 2023, embora tenham caído em outras geografias.

A menos de um mês do regresso de Trump à Casa Branca, a maioria (ou quase) em todos os países, exceto em um, acha provável que o presidente eleito dos Estados Unidos corte o apoio à Ucrânia: 62% dos alemães, 60% dos espanhóis, 56% dos britânicos, 52% dos franceses e 48% dos italianos.

A perceção sobre um acordo de paz que deixasse a Rússia no controlo de pelo menos algumas das partes da Ucrânia que tomou desde a invasão de fevereiro de 2022 é sentida de forma diferente em cada um dos países estudados. A maioria na Suécia (57%), Dinamarca (53%) e Reino Unido (51%), e uma minoria considerável na Espanha (43%), disseram que se sentiriam muito ou razoavelmente desconfortáveis sobre um acordo dessa natureza, em comparação com apenas 37% em França e 31% na Alemanha e Itália.

A sondagem mostra ainda que a maioria dos europeus ocidentais sente que os aliados da Ucrânia não estão a fazer o suficiente, tanto em termos de sanções económicas contra Moscovo como no quadro da assistência militar e de outro tipo a Kiev. Cerca de 66% dos dinamarqueses, 63% dos suecos e espanhóis, 59% dos britânicos, 53% dos alemães e italianos e 52% dos franceses disseram que a assistência geral à Ucrânia foi insuficiente ou muito insuficiente. No entanto, poucos acham que o seu país deveria aumentar o suporte: minorias que variam de 29% na Suécia a 21% no Reino Unido e Alemanha, 14% na França e apenas 11% na Itália acham que o seu governo deveria aumentar a ajuda à Ucrânia.

Um acordo como o desfecho mais natural para o conflito é visto como mais provável na Dinamarca (47%), Alemanha (40%), Reino Unido e França (38%) e Itália (36%), com a continuação dos combates vista como o cenário mais provável na Espanha (36%) e Suécia (35%).

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