As empresas de Telecomunicações são um pilar importante na resposta à crise sanitária provocada pela pandemia. Grandes, médias e pequenas empresas usam, cada vez mais, redes fixas e sem fio para permitir ferramentas de trabalho remotas tornando a necessidade de redes de telecomunicações robustas e resilientes um fator imperativo para o sucesso desta nova forma de trabalhar.
Para além da adaptação das tarifas e planos para oferecer flexibilidade aos consumidores e empresas, existe uma expetativa elevada que as operadoras garantam a capacidade e serviços de rede para funções críticas do governo e da saúde.
Neste contexto, as operadoras vivem desafios tanto devido ao aumento no uso de dados por ferramentas de trabalho remotas e aplicativos de distribuição de conteúdos online (ex: Netflix), mas também inerente ao trabalho remoto das suas equipas e à adaptação do seu canal direto de vendas.
Aliás, no meio deste turbilhão de mudanças, ainda é difícil antecipar o verdadeiro impacto da pandemia nas organizações e na sociedade. Tendo isso em mente, começámos a identificar os desafios que resultam desta situação. A antecipação dos mesmos pode ajudar na preparação para e na mitigação de riscos reputacionais, financeiros e comerciais.
Em situações complexas como a que vivemos, o risco de fraude é superior ao normal nas suas 3 componentes:
• Pressão – Vai existir pressão decorrente, por exemplo, de problemas financeiros inerentes a salários baixos, lay-off ou despedimentos, ou seja, relacionados com a diminuição de salário que muitos possam estar ou vir a viver;
• Oportunidade – Com a necessidade de flexibilização das organizações na adaptação à nova realidade, existe a oportunidade para que terceiros (internos ou externos) tentem aproveitar-se de pontos fracos do governance da organização;
• Racionalização – Finalmente, haverá um processo de racionalização do ato não ético como justificável ou aceitável para resolução de situações decorrentes do pós-COVID.
Ou seja, existe efetivamente uma preocupação maior com riscos relacionados com cyberattacks (roubo de dados, de identidade, malware ou vírus), disputas contratuais (incapacidade de cumprimento dos termos de contratos em vigor, default de pagamentos, incapacidade de fornecimento) e fraude (demonstrações financeiras fraudulentas, corrupção, fraude interna).
O momento atual é forçosamente de aprendizagem, adaptação e preparação para o “novo normal”. O futuro será desafiador e por isso as organizações devem estar preparadas para se focarem em novas formas de interação com clientes e fornecedores, mas também na gestão de situações complexas no pós-crise.