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Aproximar das tarifas recíprocas castiga bolsas na Europa. Segue-se o PIB americano

As principais bolsas europeias registaram descidas na quarta-feira, em função da promessa feita por Donald Trump sobre tarifas recíprocas às importações, com particular incidência nas indústrias automóvel e tecnológica. Esta quarta-feira, vai ser conhecido o PIB dos Estados Unidos no quarto trimestre e os mercados aguardam um recuo expressivo em cadeia.
27 Março 2025, 07h00

Os mercados europeus viram-se penalizados, na sessão desta quarta-feira, pelos receios associados às tarifas recíprocas que Trump prometeu implementar na próxima semana. Os setores automóvel e tecnológico lideraram as perdas, ao passo que o segmento energético foi o que mais contrariou a tendência geral.

Por cá, no entanto, a bolsa de Lisboa registou ganhos. O índice PSI beneficiou do facto de não incluir qualquer empresa ligada ao ramo automóvel ou tecnológico e adiantou-se 0,80%, até aos 6.887 pontos.

As ações dos CTT saltaram 2,57% e alcançaram os 7,58 euros, ao passo que a Sonae somou 2,32% para 1,06 euros, pelo que estas foram as cotadas que mais valorizaram, em termos relativos. Ao mesmo tempo, a Galp ganhou 1,42% e fechou o dia nos 15,75 euros ao acompanhar as subidas registadas no exterior, ao nível das utilities.

Prova disto é que, se analisadas as cotadas que fazem parte do Euro Stoxx 50 (índice que reúne as 50 mais valiosas dos mercados europeus), destacam-se incrementos de 3,16% na francesa TotalEnergies SE e 1,17% na italiana Eni SpA.

De resto, o sentimento em Lisboa foi de tal forma positivo que a descida mais expressiva não foi além dos 0,68%. Foi protagonizada pelos títulos da Ibersol, já que estes se fixaram em 8,76 euros.

No exterior, olhando novamente ao Euro Stoxx 50, a Ferrari tombou 3,71% e marcou um dia negativo no setor automóvel. Este vive um período atribulado, visto que será um dos mais afetados pelas tarifas comerciais impostas pela administração liderada por Donald Trump, nos Estados Unidos.

Recorde-se que as tarifas reciprocas às importações norte-americanas, prometidas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, deverão entrar em vigor na próxima quarta-feira, dia 2 de abril. Neste contexto, começam a adensar-se os receios associados à guerra comercial, que não parece ter fim à vista.

Simultaneamente, as alemãs BMW e Mercedes descapitalizaram 2% cada, ao passo que a Volkswagen, sediada no mesmo país, perdeu cerca de 1,50%, num sinal claro de recuo dos investidores.

Outro setor fortemente castigado foi o tecnológico, pelos mesmos motivos, associados às tarifas dos EUA às importações. Prova disto foram as quedas próximas de 3,50% nas cotações de mercado das alemãs Infineon e SAP, ao mesmo tempo que a neerlandesa ASML derrapou 2,59%.

O dia foi de pessimismo entre os principais mercados europeus, de tal modo que o índice agregado Euro Stoxx 50 tombou 1,15%. O alemão DAX recuou 1,14%, seguido por descidas de 0,96% em França, 0,80% em Itália e 0,43% em Espanha, no que respeita aos índices de referência. O Reino Unido foi a exceção à regra, ao adiantar-se 0,28%.

Esta quarta-feira, a economia norte-americana vai marcar o dia, já que o PIB do quarto trimestre vai ser divulgado ao início da tarde (12h30 em Lisboa), no qual é esperado um recuo acentuado face ao período anterior, até aos 2,3% (após 3,1% no terceiro trimestre). Vão ainda ser divulgados importantes dados do emprego nos EUA.

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