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Aptoide cria fundação para levar criptomoeda AppCoin a outras lojas

Diretora da nova fundação explicou ao Jornal Económico que já há interesse de pares em adotar o protocolo da portuguesa. Para já, o foco são mais empresas mais pequenas, mas as ‘big tech’ também estão nos planos.
5 Novembro 2018, 15h50

A Aptoide lançou, há um ano, as criptomoedas AppCoins que podem ser usadas pelos utilizadores na loja de aplicações móveis da empresa. Agora, criou uma nova fundação, a App Store Foundation, para levar o sistema open source a outros pares. O objetivo é começar por players mais pequenos, nomeadamente asiáticos, para ganhar escala e lançarem-se nas big techs, segundo explicou a diretora executiva da fundação, Carolina Marçalo, ao Jornal Económico.

“A App Store Foundation é a fundação que vai regular o protocolo AppCoins, que é um protocolo aberto baseado em blockchain, que na prática é uma criptomoeda usada para transações em app stores”, afirmou Carolina Marçalo, no evento App Store Foundation Blockchain Summit, que se realizou esta segunda-feira, em Lisboa, e que marcou o lançado da fundação.

“Foi um projeto fundado pela Aptoide, que é uma app store portuguesa há cerca de um ano, com o ICO [Initial Coin Offering]. Mas foi sempre na ótica de ser aberto, mesmo quando escrevemos o white paper, para fazer parte de um consórcio de app stores, tem de haver uma entidade que governa, a tomar autonomia e a assegurar o desenvolvimento do protocolo”, referiu.

O objetivo é que outras lojas de aplicações passem a usar também a marca criada pela portuguesa Aptoide. A App Store Foundation visa garantir a independência e sustentabilidade do protocolo AppCoins e apoiar o seu desenvolvimento com o objetivo de tornar-se no método de pagamento líder nas lojas de aplicações.

Outras app stores já mostraram interesse no protocolo

A fundação não tem fundos lucrativos e o objetivo é garantir a governação aberta do protocolo AppCoins, bem como apoiar o desenvolvimento tecnológico. Para isso, foi lançada num evento que juntou entusiastas da tecnologia blockchain com o propósito de esclarecer a comunidade global de programadores de aplicações móveis.

“Este token é somente para app stores e só pode ser utilizada para lojas de aplicações que integrem este protocolo. Para já está disponível na Aptoide, é a primeira loja que usa esta tecnologia como método de pagamento. O objetivo no futuro é que terceiras lojas também adotem”, afirmou a diretora executiva da fundação.

Além da Aptoide, a fundação conta já com dois early adopters ou founding members, que são fabricantes que fazem deploy ou têm lojas dentro dos smartphones que integram a tecnologia: a Cherry Mobile e a Multilaser. Houve ainda interesse demonstrado por parte da loja de aplicações Mobile Streams, bem como outros fabricantes com quem a Aptoide trabalha.

Desvalorização da criptomoeda faz parte das regras do jogo

Para já, irão focar-se em pequenos players, mas não exclui a hipótese de virem a procurar gigantes tecnológicos como a Apple, Google ou Amazon. “Neste momento não é o nosso objetivo porque primeiro temos de fazer o protocolo funcionar e a tecnologia tem de estar madura”, explicou Carolina Marçalo, referindo que a Aptoide está a realizar lançamentos mensais ou bi-mensais para criar uma base de utilizadores sólida.

“Quando ganharmos um mundo de utilizadores, vêm aí os grandes. Funciona sempre assim”, disse. O lançamento da fundação foi feito poucos dias depois da Aptoide ter ganho um processo judicial contra a Google, mas a diretora desvalorizou a questão e disse acreditar que não terá influência na possível colaboração entre as duas empresas.

Lançadas em novembro de 2017 a partir de Singapura, as AppCoins foram as primeiras criptomoedas de uma empresa portuguesa. A forte procura no ICO levou o utility token a disparar de valor no início da operação, tendo chegar aos quatro dólares por criptomoeda no início do ano.

Desde então, no entanto, houve fortes desvalorizações até aos atuais 0,118 dólares. “Faz parte do jogo e já estávamos à espera que acontecesse. Não esperávamos um valor elevado porque são micro-transações, dentro de aplicações. Faz parte do mercado”, acrescentou Carolina Marçalo.

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