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Argentina prolonga até fim de agosto negociações com os credores

O governo argentino vai apresentar uma nova proposta aos credores para conseguir um acordo de reestruturação de 66 mil milhões de dólares de dívida.
5 Julho 2020, 19h37

O governo argentino vai apresentar hoje uma nova proposta aos credores para conseguir um acordo de reestruturação de 66.000 milhões de dólares de dívida, prolongando as negociações até finais de agosto, anunciou o presidente argentino.

“A nova oferta vai ser anunciada hoje. Estará em aberto até ao fim do mês de agosto. É um enorme esforço que estamos a fazer”, para chegar a um acordo que permita à Argentina cumprir com os credores, disse Alberto Fernandez em declarações à rádio Milenium sobre a reestruturação de dívida equivalente a 58.698 milhões de euros.

“Mas é o esforço máximo que podemos fazer, por isso espero que os credores compreendam e que a sociedade argentina também entenda”, afirmou Fernandez.

A Argentina já tinha apresentado uma primeira proposta em abril, mas perante a baixa adesão que teve junto dos detentores de títulos de dívida, insuficiente para chegar a um acordo, foram feitas algumas alterações e prolongado o prazo de negociação até 24 de julho. Agora foi adiado até 28 de agosto.

Dois dos três grupos credores que estão em negociações com a Argentina para a reestruturação lamentaram no fim de junho a “falta de um compromisso sério” da parte de Buenos Aires, “para evitar as consequências de um incumprimento prolongado”.

A Argentina já está em incumprimento desde 22 de maio, quando devia fazer um pagamento de juros no valor de 500 milhões de dólares relativos a três emissões de obrigações que fazem parte das conversações.

As negociações envolvem obrigações que datam de 2005 e 2010, produtos de uma reestruturação precedente, e abrangem também títulos emitidos a partir de 2016.

O presidente argentino, que não adiantou detalhes sobre a nova proposta, assegurou que “as conversações estão bem encaminhadas” e disse esperar que “terminem bem”.

Mas, a margem de manobra do governo é reduzida, com a economia em recessão desde 2018, uma taxa de pobreza de 35% e uma inflação que atingiu 53% em 2019, sem ter em conta as consequências da pandemia de covid-19.

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