Primeiro estranha-se, depois entranha-se e entretanto já se tornou a frase do momento, bem a tempo do verão, dos festivais e de todas as loucuras que as férias requerem.
O novo anúncio do Lidl pode parecer tolo, mas não é. É criativo, sim. Arriscado, também. Mas, para mim, é um golpe de mestre. E mostra uma verdade absoluta: a publicidade funciona com as coisas mais simples, desde que criativas e arriscadas.
Nem sempre quem arrisca é rei, mas na maior parte das vezes a aposta é ganha. E neste caso já o é, e a dimensão será ainda maior com o verão à porta.
Claro que o Lidl pensou nos festivais que ai vêm e nos gritos de guerra que marcam uma época que normalmente é de festa, como o verão. Claro que as alfaces são um mero pretexto para chegar à marca, ao nome… Lidl. Se o conseguir com um simples e tosco spot, o Lidl terá a sua marca por aí numa moda que todos ambicionam, mas poucos conseguem.
Se olharmos para alguns dos anúncios que nos marcam, vamos perceber que alguns são verdadeiramente trabalhados e com uma produção requintada e cara, com uma mensagem estudada ao pormenor e um texto revisto à letra, já outros são simplesmente anúncios que nos chamaram a atenção por se desviarem do normal.
Outros, como este novo anúncio do Lidl, fazem-nos simplesmente rir no meio da vida atribulada do dia a dia e perceber que as coisas tolas têm piada. Mesmo que não seja assim de início, porque se estranha, podem vir a ter piada mais tarde, quando se entranha.
A estória do spot tem dois surfistas, um deles é Paulo do Bairro, campeão nacional no ano 2000 e um dos pioneiros do tow-in em Portugal, uma modalidade que se tornou conhecida com as ondas XXL da Nazaré, onde se superam barreiras e se revive a portugalidade.
A publicidade também tem destas coisas. As mensagens subliminares que passam, por vezes não são tão tolas como parecem. E apesar de Portugal estar na moda e de se superar todos os dias em várias frentes, por vezes os portugueses precisam que lhes lembrem que temos de viver o dia de hoje, porque o amanhã ninguém conhece. Sejamos alfaces.
