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As cidades do futuro já chegaram

A transformação digital associada aos SIG é a tempestade perfeita para o desenvolvimento das cidades inteligentes automatizadas, sustentáveis e inclusivas.
16 Dezembro 2016, 15h27

A população mundial continua a crescer e a deslocar-se para as cidades. Nunca como antes foi importante ter cidades inteligentes que respondem às necessidades das pessoas que nela habitam. Os pilares da transformação digital e os sistemas de informação geográficos estão a contribuir para que a vida nas cidades se torne mais sustentável e mais adaptada às reais necessidades das pessoas. A redução de custos é também um contributo para o surgimento de novas soluções que devem ser interoperacionais entre si.
As cidades estão a mudar. E a tecnologia está a ajudar. Os sensores, a Internet das Coisas, as redes de telecomunicações cada vez mais rápidas e resilientes, os sistemas de informação geográfica (SIG), o cloud computing, a big data, as redes sociais integradas com dados, muitos deles já existentes nas organizações, podem melhorar a mobilidade dos cidadãos, contribuir para poupar energia, acelerar os serviços de segurança e de primeiros-socorros. A imaginação é o limite.
Uma cidade é considerada smart quando os investimentos em infraestruturas e serviços de tecnologias de informação e comunicações contribuem para o desenvolvimento de uma economia sustentável e para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos ao mesmo tempo que asseguram a correta gestão dos recursos da cidade. A definição é do Parlamento Europeu foi escolhida pela SAP, a gigante de software de gestão, que está atualmente a investir fortemente na investigação & Desenvolvimento neste segmento.
Em breve, o planeta terá 10 mil milhões de pessoas, três quartos das quais a viver em cidades. 2050 é o ano em que esse número será atingido e uma grande percentagem destas pessoas já nasceu. As cidades têm de se preparar para essa realidade.
E o trabalho já começou. Diariamente, as cidades geram enormes quantidades de dados que muitas vezes são simplesmente desperdiçados. As tecnologias de informação e comunicações disponíveis actualmente permitem recolher, processar e analisar dados, transformando-os em informação útil e conhecimento que, com recurso a inteligência artificial, comunicação machine-to-machine ou outras tecnologias actualmente disponíveis, que podem conduzir à melhoria da qualidade de vida nessas mesmas cidades.

Melhorar a qualidade de vida
A cidade inteligente não é algo inalcançável. Luís Grincho, diretor de Database & Data Management, da SAP Portugal, explica que, nas cidades inteligentes, a tecnologia é utilizada em proveito da urbanização e está, em simultâneo, focada na melhoria da qualidade de vida e das condições para se trabalhar; na melhoria das condições de governação, de segurança e de sustentabilidade; no desenvolvimento das empresas, dos empreendedores e dos cidadãos em geral e na tomada de medidas para uma otimização operacional, explica Luís Grincho. Para a SAP, as smart city devem ter também uma “visão integrada, porque quando as cidades são geridas e controladas por serviços desintegrados o potencial da inovação e da capacidade de aprendizagem das cidades é limitado”.
A opinião é partilhada por Paulo Fernandes, diretor-geral de negócio emergentes da Compta, empresa que está a apostar no desenvolvimento de soluções para cidades inteligentes em duas vertentes essenciais: a sustentabilidade e as pessoas. Do lado da sustentabilidade, o objetivo é reduzir os custos de operação da cidade, quanto às pessoas, estas devem interagir com a cidade, explica.
Ainda a expressão smart cities não tinha nascido e já a Compta estava a trabalhar em prol desse desígnio. A empresa desenvolve projetos na área do ambiente, da energia, do comércio justo, da iluminação pública, da gestão resíduos, com o objetivo de baixar custos para os utilizadores.
Está também a trabalhar na nova solução – Ximi – vocacionada para a integração de pessoas com entre 55 e 60 anos (ver notícia neste dossier) e na plataforma de comércio electrónico justo, Prodfarm, que visa aproximar produtores e consumidores na comercialização de produtos do campo dentro da cidade.
Em áreas ditas mais tradicionais, a Compta cria produtos verticais para resolver problemas específicos integrando-os com soluções de outros fabricantes. Trabalha na área da gestão da recolha de resíduos, dos camiões, das sondas.
Disponibiliza também serviços de gestão energética de edifícios, para reduzir custos e melhorar o conforto, e de iluminação pública, ao tornar a iluminação mais eficiente. No caso da rega de espaços verdes, as soluções da Compta permitem poupar entre 50% e 70% de água, em jardins e espaços verdes de todas as dimensões.
As soluções da Compta têm vindo a ser potenciadas pelo desenvolvimento dos sistemas de sensorização, pela redução dos custos e pelo aumento da velocidade das comunicações, o que possibilita a monitorização e controlo central das soluções à distância através de serviços prestados em cloud computing.
Quanto ao retorno do investimento, é “relativamente rápido, na generalidade um ano e meio a dois anos, apesar do investimento inicial em sensores distribuídos por milhares de pontos”.

Sabia que…

  • Em 2015, foram criados 8 zetabytes de novos dados (mais do que a soma dos cinco anos anteriores). Este volume deverá duplicar a cada dois anos;
  • A inteligência artificial já está a automatizar muitas das operações do nosso quotidiano;
  • A tecnologia 3D permite que diversos produtos possam ser produzidos em qualquer localização, reduzindo a emissão de CO2 gerada pelo transporte;
  • O consumo de utilities, como a água que consumimos, pode ser analisado em tempo real;
  • A depressão (que é uma das maiores causas de outras doenças) pode ser monitorizada por sistemas de análise de sentimentos;
  • Prevê-se que em 2020 mais de 50 mil milhões de dispositivos estarão ligados à internet;
  • Os veículos autoguiados farão parte do nosso quotidiano em 2020;
  • Estamos a assistir a uma nova forma de viver baseado no social, na localização, na mobilidade, no big data e na Internet of Things

Fonte: SAP/ World Economic Forum

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