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As famílias mais ricas do planeta

Grande parte da riqueza mundial está concentrada em poucas famílias que fizeram fortuna a partir de pequenos negócios, transmitidos de geração em geração. Da marca de chocolate Mars, passando pela BMW e pela cerveja belga Stella Artois, a fonte de riqueza destas 25 famílias é diversificada: vai do retalho à indústria alimentar ou luxo.
10 Julho 2018, 07h30

Há um princípio do escritor e orador norte-americano, Dale Carnegie (1888-1955), que é levado a sério por duas dezenas de famílias do planeta: “Passar o primeiro terço da vida a receber toda a educação possível. Passar o próximo terço a fazer todo o dinheiro possível. E passar o último terço dando tudo para causas que valem a pena”. Reconhecido mundialmente pelos seus ‘best-sellers’, entre os quais “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”. Devido ao êxito obtido com as obras chegou a ser conselheiro de vários líderes mundiais. Ainda hoje, vários clãs  seguem os conselhos à risca. De acordo com os cálculos da agência Bloomberg, publicados esta semana, mais de 1,1 biliões de dólares da riqueza mundial estão concentrados num grupo de famílias, cuja fortuna cresce de geração em geração. Há todo o tipo de negócios: industrial, farmacêutico, alimentar ou retalhista. Da marca de chocolates Mars, passando pela BMW e pela cervejeira belga Stella Artois, a fonte de riqueza é bastante variada.

A fortuna de famílias como os Rothschilds ou os Rockefeller é “difusa” para valorizar. A natureza de muitas fortunas dinásticas – apoiadas por décadas e às vezes séculos de bens e dividendos – pode ofuscar a verdadeira extensão das suas posses. Os clãs cuja fonte de riqueza não se consegue verificar também estão ausentes desta lista.

No entanto, a classificação da Bloomberg também põe de parte as fortunas de primeira geração e as que estão nas mãos de um único herdeiro. Isso significa que há poucas famílias asiáticas neste ‘ranking’ e nenhuma é oriunda da China. No entanto, acredita a agência noticiosa, isso deve mudar em breve. Os impérios familiares estão a proliferar na região e magnatas como Li Ka-shing estão a começar a entregar os impérios aos seus filhos.

A diminuição de fortunas outrora célebres, como os Pulitzers, os Vanderbilts e os Woolworths ilustram como é comum que até mesmo as maiores fortunas familiares sejam desperdiçadas. “Há uma série de obstáculos que as famílias devem enfrentar para garantir que a sua riqueza seja protegida através das gerações”, disse Rebecca Gooch, da Campden Wealth à Bloomberg. “Planeamento estratégico, educação e comunicação são fundamentais”, acrescenta a especialista.

Outros bilionários estão a seguir um rumo diferente. Bill Gates e Mark Zuckerberg estão entre os empresários que se inscreveram no Giving Pledge, de Warren Buffett, e se comprometeram a dedicar a maior parte da riqueza à filantropia.

De acordo com a Bloomberg, a medida do que torna alguém rico não podia ter mudado mais. Em apenas duas décadas, os valores são muito diferentes do que foram em tempos. Em 1994, “de uma forma geral, três milhões de dólares eram considerados um património líquido extremamente alto em todo o setor”, explica Peter Charrington, diretor global do Citi Private Bank. “Quase 25 anos depois, definimos que o património líquido extremamente alto é de 25 milhões de dólares.”

Os números do Billionaire Census 2018, elaborado pela Wealth-X, mostram que nunca houve tantos multimilionários. De acordo com o relatório, a população mais rica aumentou 15% no decorrer de 2017.

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