Terminou, recentemente, a 4ª edição do curso intensivo e aplicacional de gestão de empresas familiares, que coordeno, no Iscte Executive Education.
Este último curso teve as seguintes particularidades:
A maioria dos participantes eram membros da 2ª geração das respectivas empresas familiares e eram, maioritariamente, do sexo feminino.
Recebi, entretanto, um livro de texto, que tinha encomendado há semanas, sobre “women in family business”, que actualiza a produção intelectual neste domínio e apresenta um conjunto de estudos de investigação sobre a presença das mulheres nas empresas familiares.
Este tema vai assumir, no futuro próximo, uma relevância crescente e, todos nós, professores do Iscte, que leccionamos estas matérias, temos a perspectiva de que possam surgir mais teses de mestrado e de doutoramento, neste domínio, na nossa universidade.
O livro está dividido em três secções, onde são agrupados os estudos e teses de investigação realizadas:
O papel das mulheres nas empresas familiares; as mulheres no empreendedorismo familiar; e as mulheres no processo de sucessão das empresas familiares.
O incremento da presença das mulheres em todas as áreas e modelos teóricos das empresas familiares é um facto inquestionável.
A investigação realizada contempla a dimensão da presença das mulheres nos órgãos de direcção e administração nos vários países e a evolução da performance global das organizações, associada a uma maior presença das mulheres, no âmbito da inovação, da sustentabilidade e do crescimento das empresas.
Na análise do ranking da percentagem de mulheres nos órgãos de decisão das grandes empresas familiares, o nosso país surge sempre nos primeiros lugares da tabela, com percentagens de mulheres da ordem dos 35%
No topo da tabela está a Áustria, com valores da ordem dos 44%.
No âmbito da sucessão, embora se continue a verificar, nos países europeus, uma prevalência dos sucessores masculinos, tem-se vindo a verificar uma progressiva aceitação, em particular por parte dos fundadores, das filhas, no processo de sucessão.
Este facto coexiste com uma maior formação na área de gestão, das mulheres que integram as famílias empresárias.
Convém que os filhos dos empresários se preparem para uma concorrência, sadia, por parte das suas irmãs!
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.