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Assembleia de Obrigacionistas da Efacec adiada para 12 de setembro

A Mutares considera positivo o adiamento da reunião de obrigacionistas que vai discutir o haircut da dívida de 58 milhões de euros.
1 Agosto 2023, 15h22

A Assembleia de obrigacionistas da Efacec que vai decidir o haircut da dívida de 58 milhões de euros foi adiada para dia 12 de setembro, a pedido da administração da empresa liderada por Ângelo Ramalho.

“Estamos certos de que o adiamento da assembleia geral de obrigacionistas cria as condições necessárias para que haja uma avaliação correcta da situação que a Efacec enfrenta. Acreditamos que este prolongamento favorece o processo de reflexão que pode conduzir a uma solução capaz de viabilizar esta importante empresa”, defende fonte oficial da Mutares ao Jornal Económico.

“A Bondholders na qualidade de representante comum dos obrigacionistas titulares de obrigações denominadas “Efacec Fixed RateNotes 2019-2024” com o ISIN PTEFWAOM0001 emitidas, no dia 23 de julho de 2019, pela Efacec Power Solution SGPS, convocou, por convocatória publicada no passado dia 7 de julho de 2023 (…) os obrigacionistas para se reunirem em Assembleia no dia 7 de agosto de 2023, pelas 10 horas de Lisboa, em primeira convocação ou, caso na primeira convocação não se encontrasse reunido o quórum legalmente exigido, em segunda convocação, no mesmo local, no dia 31 de agosto de 2023, pelas 10 horas de Lisboa”, lembra a Efacec em comunicado.

“Na sequência do pedido que lhe foi dirigido pela Emitente, a Bondholders  vem pelo presente e na mesma qualidade informar (…) do adiamento da Assembleia de Obrigacionistas (…) para o dia 12 de setembro de 2023 pelas 10 horas de Lisboa, em primeira convocação ou, caso na primeira convocação não se encontre reunido o quórum legalmente exigido, em segunda convocação, para o dia 29 de setembro de 2023, pelas 10 horas de Lisboa”, anuncia a Efacec.

O adiamento da Assembleia de Obrigacionistas tem por fundamento o facto de ter sido disponibilizado pela Efacec, “por sugestão de obrigacionistas, um documento complementar de apoio ao Consent Solicitation Memorandum no dia 21 de julho de 2023 (Documento Complementar)”, refere a empresa.

“Dada a natureza das matérias sujeitas a votação pela assembleia de obrigacionistas e a necessidade de conferir aos Senhores Obrigacionistas tempo adicional para a análise detalhada do conteúdo do Documento Complementar, afigura-se como necessário, pela Emitente, adiar a data de realização da Assembleia de Obrigacionistas”, justifica a Efacec.

A decisão de aprovar um haircut de 50% da dívida de 58 milhões de euros emitida em 2019 – e que é condição para a Efacec ser vendida aos alemães da Mutares – fica assim adiada. A convocatória e as propostas da assembleia mantêm-se as mesmas.

A empresa que tem capitais próprios negativos, a 31 de dezembro de 2022, de 52,1 milhões de euros, está em fase de privatização e a Mutares foi a vencedora do concurso. Mas o closing da compra depende dos credores aceitarem um haircut, ou seja, os bancos e os obrigacionistas.

Tal como o Jornal Económico avançou em primeira mão o acordo com a banca fica condicionado ao resultado da Assembleia de Obrigacionistas.

A banca está recetiva a aceitar o haircut da dívida da Efacec não garantida pelo Estado, que é proposto pela Mutares, segundo fontes conhecedoras do negócio. A dívida garantida pelo Estado, segundo o Governo, é de 85 milhões de euros.

O Jornal Económico já noticiou que as discussões com os bancos estão a avançar de forma muito positiva, e que há uma predisposição à partida para apoiar o negócio daqui para frente, nomeadamente com operações de trade finance e de emissões de dívida da empresa.

Os cinco bancos que têm as dívidas da empresa são a CGD, o Novobanco, o EuroBic, o Montepio e o BCP.

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