A Associação Comercial do Porto – Câmara do Comércio e Indústria (CCI) manifestou esta sexta-feira “preocupação” relativamente às recentes declarações de Christine Ourmières-Widener, argumentando que “a atual TAP devia ser extinta e, no seu lugar, criada uma nova companhia aérea, que salvaguardasse os ativos existentes e prestasse um melhor serviço ao país”.
Em comunicado, a CCI reage à entrevista da CEO da transportadora aérea portuguesa ao jornal “Expresso“, onde se diz “surpreendida” mas que reconhece a “frustração” dos operadores da região e diz que está “a tentar dar o mais que [pode] ao Porto numa base sustentável”, assegurando que “se pudesse fazer mais voos para o Porto, com um bom caso de negócio, claro que gostaria de os fazer”.
“Estamos a voar algumas rotas a partir do Porto, sabemos que temos de ter a ponte aérea com boas frequências, mas vai ser difícil lançar mais rotas. Com a recuperação do tráfego, estudaremos qualquer oportunidade, mas terá de ser sustentável para a TAP”, garantiu.
Face às declarações, a associação relembra que sempre se opôs à intervenção do Estado na TAP, por ser “um processo mal conduzido e que não vai resolver os problemas estruturais que, há décadas, tornam a companhia aérea numa empresa inviável” e ainda a providência cautelar que foi realizada contra a a injeção de 1,2 mil milhões de euros na companhia aérea “que, mesmo não tendo sido aprovada, alertou os portugueses para a necessidade de um maior escrutínio sobre esta aplicação de dinheiro público”. A providência cautelar acabou por ser rejeitada em tribunal.
Já em setembro deste ano, Nuno Botelho dirigiu uma carta à Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, fundamentando que a melhor solução passaria pela extinção da TAP e pela criação de uma nova companhia aérea.
Como seria essa empresa de “base zero”? Conservaria os ativos estratégicos — hub da Portela e ligações ao Brasil, Estados Unidos e África lusófona — e asseguraria as rotas intercontinentais a partir de Lisboa, mas de forma complementar, visando o equilíbrio territorial, seriam disponibilizados apoios à criação de rotas nacionais e europeias noutros aeroportos portugueses, “devidamente geridos pelas entidades regionais de promoção externa”.
Em síntese, adianta o comunicado, a CCI “reitera a sua oposição ao plano de intervenção e reestruturação que o Estado Português apresentou para a TAP, considerando que obedece a uma estratégia irracional de investimento público, contrária aos interesses económicos do país e que não assegura a viabilidade futura da empresa”.
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