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Atentados do ISIS na Europa representam 0,6% (embora possam parecer mais)

Os atentados do Estado Islâmico têm deixado um rasto de sangue muito desigual nas várias regiões do mundo. E a Europa está longe de ser a região mais massacrada.
28 Agosto 2017, 16h05

O Estado Islâmico está a atacar mais a Europa do que outros territórios do mundo? Pode parecer-lhe que sim, mas a percepção é bem diferente da realidade.

Na verdade, os atentados terroristas levados a cabo pelo Estado Islâmico têm acontecido muito mais – em número – em algumas regiões do mundo, que noutras. Mas, segundo os dados disponíveis, a Europa é, mesmo, um dos territórios menos massacrados, com uma percentagem residual em comparação com outras regiões do globo.

O jornal espanhol El Confidencial pegou em números da base de dados da Global Terrorism e analisou o número de atentados realizados pelo ISIS na Europa e resto do mundo. A conclusão é que:

  • de todos os atentados do ISIS, 0,6% foram realizados em território europeu;
  • em mais de três mil ataques terroristas, em 2016, quase metade foram realizados no Médio Oriente e Norte de África, com o Sul da Ásia a ser também muito castigado;
  • em 2016, os ataques terroristas do Estado Islâmico mataram 11.563 pessoas no mundo, cerca de meia centena eram europeus.

O Jornal Económico encontrou divergências neste número, já que só a soma das vítimas dos atentados de Nice e Bruxelas superou a meia centena. Mas a diferença deve-se ao facto de o El Confidencial só ter contabilizado as mortes provocadas por atentados levados a cabo pelo Estado Islâmico.

A Global Terrorism não assume o ISIS como autor do ataque de Nice de 14 de julho de 2016 e não contabiliza neste estudo os 87 mortos registados. O atentado é, de acordo esta base de dados, um “ataque de extremistas inspirados no jihadismo”. Isto, apesar de o Estado Islâmico ter reivindicado a autoria do atentado.

Apesar da divergência, o que conseguimos observar é que a maioria dos ataques em nome da jihad, ou guerra santa, acontece em países predominantemente muçulmanos, longe da Europa e do Al-Andalus, região que inclui Espanha e Portugal e que o ISIS reivindica para reconstruir o califado islâmico.

Segundo o El Confidencial, o risco existe, na Europa, mas “é mínimo”.

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