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Ativos financeiros dos bancos detidos por via da atividade internacional atingiram 129,6 mil milhões em 2024

Em resumo, nos dados partilhados pelo Banco de Portugal (BdP), destaca-se que os ativos financeiros dos bancos portugueses detidos por via da sua atividade internacional atingiram 129,6 mil milhões de euros no final de 2024, mais 24,4 mil milhões do que no final de 2023.
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9 Abril 2025, 16h18

Os dados são do Banco de Portugal que publica hoje as estatísticas bancárias internacionais em base consolidada atualizadas para o quarto trimestre de 2024.

Em resumo, destaca-se que os ativos financeiros dos bancos portugueses detidos por via da sua atividade internacional atingiram 129,6 mil milhões de euros no final de 2024, mais 24,4 mil milhões do que no final de 2023.

Em 2024, o aumento da exposição internacional dos bancos portugueses ocorreu sobretudo perante o setor público (+16,8 mil milhões de euros) e no mesmo ano deu-se o maior aumento da exposição internacional dos bancos portugueses aconteceu perante os restantes países da União Europeia (+21,1 mil milhões de euros).

Os ativos internacionais incluem ativos externos, por exemplo, ativos das sedes sobre residentes noutro país e ativos das sucursais sobre entidades residentes de um terceiro país; e ativos locais, por exemplo, ativos das sucursais perante entidades residentes no país onde se encontram localizadas.

No final de 2024, a exposição imediata dos bancos portugueses era de 128,0 mil milhões de euros, mais 23,1 mil milhões do que no final de 2023. A contraparte imediata é quando se considera a contraparte com quem o banco celebrou o contrato e que tem, em primeira instância, a responsabilidade pelo seu cumprimento.

Já a exposição de última instância atingiu 129,6 mil milhões de euros, 24,4 mil milhões acima do ano anterior. Os países perante os quais Portugal tinha maior exposição eram Polónia, Espanha e França.

Última contraparte é quando se considera o devedor de última instância, isto é, a contraparte que assume a responsabilidade pelo cumprimento do contrato, caso o devedor imediato entre em incumprimento.

Manteve-se a tendência de crescimento dos ativos financeiros nas duas óticas. Sendo que a diferença entre as duas óticas, no valor de 1,6 mil milhões de euros no final de 2024 (0,2 mil milhões de euros no final de 2023), corresponde a uma transferência de risco líquida de Portugal para o exterior, ou seja, existiam mais ativos financeiros sobre entidades nacionais garantidos por entidades estrangeiras do que o inverso.

O banco central adianta ainda que a transferência de risco líquida em 2024 foi particularmente positiva para a Irlanda e para o Luxemburgo, o que significa que estes países assumiram maior risco numa ótica de última instância, e foi negativa para Moçambique, Cabo Verde e Angola, que transferiram risco líquido para outros países.

O aumento do total dos ativos entre o final de 2023 e o final de 2024 ocorreu quer nos ativos externos (+19,3 mil milhões de euros) quer nos ativos locais (+5,1 mil milhões de euros). Não obstante, o acréscimo foi bastante superior nos ativos externos, sobretudo da União Europeia excluindo Portugal, o que traduz um incremento da importância da exposição a residentes noutro país que não o da respetiva localização.

No final de 2024, a exposição dos bancos portugueses ao setor público em termos de ativos internacionais era de 69,5 mil milhões de euros, o que representava 54% do total daqueles ativos.

O Banco de Portugal revela que peso da exposição dos bancos portugueses ao setor público cresceu para a generalidade dos agregados geográficos analisados, com exceção dos BRICS, perante os quais aumentou a exposição ao setor bancário.

O que é certo é que nos últimos anos, a exposição ao setor público (composto pelas administrações públicas e bancos centrais) tem crescido continuamente, ultrapassando, no final de 2022, a exposição ao setor privado não bancário.

As estatísticas bancárias internacionais em base consolidada caraterizam a exposição dos bancos com sede em Portugal, associada às posições de ativos financeiros (exceto derivados financeiros) detidos por via da sua atividade internacional, incluindo os ativos internacionais das filiais e sucursais localizadas no exterior.

“Estas estatísticas constituem, assim, um instrumento de análise e acompanhamento da situação financeira do sistema bancário nacional no que respeita à sua exposição ao risco financeiro internacional”, revela o BdP

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