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Aumento das empresas de recrutamento poderia tirar mais portugueses do risco de pobreza

Há ou não um papel relevante das empresas de recrutamento no mercado de trabalho português? Um estudo feito pela Randstad dá conta de que uma maior penetração dessas empresas poderia reduzir as situações de pobreza e, eventualmente, reforçar os salários.
10 Julho 2023, 11h54

Um aumento da penetração das empresas de recrutamento no mercado de trabalho português poderia diminuir o número de portugueses em risco de pobreza ou exclusão social. A conclusão é de um estudo da Randstad, que foi divulgado esta segunda-feira.

“O papel mediador das empresas de recrutamento no mercado de trabalho pode agilizar a ligação das necessidades de talento das empresas aos profissionais adequados para satisfazê-las. Os níveis de emprego podem aumentar, as desigualdades podem ser reduzidas e podem avançar os níveis de desenvolvimento de algumas economias, que, em termos comparativos possuem já padrões de desenvolvimento adiantados”, sublinha a referida empresa de recursos humanos, na análise publicada esta manhã.

A Randstad realça, porém, que o cenário não é uniforme nos vários países da União Europeia, já que as taxas de penetração das empresas de recrutamento (isto é, a fatia de trabalhadores temporários a tempo inteiro no total da população em idade ativa) variam.

“Alguns países ultrapassam os 2%, enquanto que os que se encontram no final da fila têm taxas inferiores a 1%”, é salientando. Em Portugal, essa taxa está hoje fixada em 1,1%.

Ora, segindo a Randstad, neste estudo foi identificada uma correlação que indica que “a presença de um ponto a mais de penetração das empresas de recrutamento no mercado de trabalho é acompanhada por taxas de pobreza 2,96 pontos mais baixas”.

Tal significa que, em Portugal, se a taxa fosse de 2%, cerca de 306 mil pessoas poderiam ter oportunidade de sair de uma situação de risco de pobreza ou exclusão social.

Por outro lado, também no que diz respeito à igualdade de género, a Randstad identifica uma relação positiva. Isto “com a capacidade [das empresas de recrutamento] para agilizar o acesso ao emprego por parte de mulheres, o que lhes permite iniciar as carreiras profissionais mais cedo e progredir profissionalmente, podendo limitar as diferenças entre género nos mercados de trabalho europeus”.

Em Portugal, o aumento de um ponto percentual na participação do sector, poderia elevar o peso das mulheres nos cargos de alta gestão, a médio prazo, até 4,5%, avança o estudo.

Já no que diz respeito aos vencimentos, a Randstad nota que o coeficiente de Gini, indicador que mede a desigualdade na distribuição de rendimentos, fixou-se em 33 pontos em Portugal. Ora, a correlação identificada nesta análise “mostra que a maior participação de empresas do sector poderia reduzir esse indicador, uma vez que por cada ponto percentual adicional da presença do setor, este coeficiente é 2,7 pontos mais baixo”, remata a empresa de recursos humanos. 

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