A Hyperion Renewables anunciou hoje uma parceria com a Corio Generation “para explorar oportunidades em Portugal, em antecipação aos primeiros leilões eólicos offshore do país”.
A companhia portuguesa assinou um memorando de entendimento com a empresa detida pelos australianos da Macquarie “para explorar oportunidades de desenvolver e construir projetos eólicos offshore em Portugal”.
“Esta parceria combina o vasto conhecimento da Corio na preparação de leilões e avaliação de zonas marítimas, com a longa experiência da Hyperion no desenvolvimento e gestão de projetos de energia renovável em Portugal”, segundo o comunicado hoje divulgado.
Recorde-se que o Governo português tem o objetivo de colocar em marcha 10 gigawatts de energia eólica offshore até 2030.
A Corio Generation, detida pelo Green Investment Group da Macquarie Asset Management, conta com um portefólio de 30 gigawatts na Europa, Ásia e Américas.
“O portfólio eólico flutuante da Corio inclui o projeto Grey Whale de 1,5 GW na Coreia do Sul, um dos maiores parques eólicos offshore flutuantes do mundo. Adicionalmente, a empresa está a desenvolver vários projetos de offshore flutuante na Europa, incluindo em França, Reino Unido e Noruega”, pode-se ler no comunicado.
A Hyperion Renewables já desenvolveu 640 MW de projetos em toda a Península Ibérica desde 2006 e conta com um pipeline de 3,4 GW em projetos solares, eólicos, hidrogénio verde e baterias, incluindo 180 MW de projetos solares fotovoltaicos em construção.
“Esta parceria com a Corio é um marco muito importante na nossa estratégia de crescimento, abrindo o mercado eólico offshore para a Hyperion em parceria com a Corio, um dos melhores parceiros a nível mundial para a energia eólica offshore flutuante. Utilizaremos as nossas capacidades complementares para maximizar as probabilidades de ter uma participação vencedora nos leilões. Por um lado, a experiência e histórico de sucesso da Hyperion em energias renováveis na Península Ibérica e, por outro lado, o know-how incomparável da Corio em energia eólica offshore, em particular na tecnologia flutuante que é fundamental para Portugal”, disse em comunicado Aytea Amandi, presidente executiva da Hyperion Renewables.
As eólicas offshore estão a gerar muito interesse pelo mar português. Dinamarqueses, noruegueses, espanhóis e agora australianos já mostraram interesse no procedimento.
O leilão offshore que está a ser preparado por várias entidades públicas e pelo Governo vai ter lugar no último trimestre deste ano com quatro lotes distribuídos pelo norte, centro e sul num total de dois gigawatts (500 megawatts por lote).
As primeiras áreas a avançar vão ser Viana do Castelo, Figueira da Foz (dois lotes) e Sines (ainda a confirmar).
A revelação foi feita a semana passada pelo diretor-geral da Direção-Geral de Recursos Marítimos (DGRM) durante uma apresentação na conferência da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN).
Segundo a apresentação, as áreas previstas ocupam uma área total de 3.400 km2, 6% do mar territorial do continente, 0,71% da Zona Económica Exclusiva (ZEE).
Recorde-se que o grupo de trabalho para o planeamento e operacionalização de centros eletroprodutores baseados em fontes de energias renováveis de origem ou localização oceânica tem até ao dia 31 de maio para entregar o seu relatório. Serão a partir destas conclusões que o Governo vai definir as regras do leilão.
Estes 10 gigawatts de eólica offshore vão necessitar de 30 a 40 mil milhões de euros de investimento, sendo a maior fatia do valor total de 60 mil milhões de euros previstos em investimentos no sector energético até 2030.
Das oito áreas previstas atualmente pelo Governo, duas destinam-se a instalar tecnologia fixa: as bases dos aerogeradores são fixados ao fim do mar, em zonas onde a profundidade máxima atinge os 50 metros: Matosinhos (181 km2 para instalar 995 megawatts) e a área de jurisdição portuária do porto de Sines (10 km2 para instalar 53 megawatts). Estas duas áreas contam com um total de 191 km2 para instalar mais de mil megawatts.
Seguem-se as seis áreas para instalar centrais flutuantes em locais onde as profundidades variam entre os 75 metros e os 200 metros) que vão de Viana do Castelo até Sines num total de 3.200 km2, numa potência de 10 gigawatts. A saber: Viana do Castelo (663 km2 para dois gigawatts), Leixões (463 km2 para 1,5 gigas), Figueira da Foz (1.238 para 4 gigas), Ericeira (256 km2) e Sintra/Cascais (84 km2) para 1 gigawatt, e Sines (499 km2 para 1,5 gigas).
E qual a distância mínima que estas áreas ficam de terra? Viana do Castelo (18,9 kms), Leixões (37,5 kms), Figueira da Foz (35 kms), Ericeira (10,5 kms), Sintra/Cascais (10,6 kms), Sines área norte (16,5), Sines área sul (15,5 kms), Matosinhos (3,5 kms), Sines (área de jurisdição portuária (1,8 kms).
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