Há quem acredite que tudo passou, que a crise financeira acabou e que os problemas se foram e não voltam mais. Há quem acredite e há quem queira que se acredite.
Este PS não se aproximou do PCP e do BE por questões meramente estratégicas; a aliança entre os três partidos de esquerda é mais ideológica que oportunista.
É chocante a forma como o Governo, e quem o sustenta, mentiu antes da troika, durante a intervenção da troika e agora, depois do programa de resgate financeiro.
Boa parte da população não tem quem fale por ela. Daí que os cautelosos guardarão algum onde encontrem proteção. Outros, ou porque não conseguem poupar, ou porque ainda não perceberam como a coisa funciona, ficarão descalços.
O PS governa para evitar as reformas que a dívida obriga e é nessa medida que tem o apoio do PCP e do BE. A ideia é varrer o problema para debaixo do tapete.
Os problemas franceses são tão semelhantes aos portugueses que a nossa classe política devia examinar ao pormenor, não só o programa, mas a forma como Macron comunica.