O programa político de Bolsonaro é desativar os poderes públicos, seja os do estado de direito seja o quarto poder. Submeter todos os poderes públicos ao poder presidencial, para deles prescindir a favor de poderes não públicos, inescrutináveis.
Será verdade que ativistas que lutam pelo reconhecimento da dignidade de minorias não estão igualmente mobilizados pelo que afeta tanto maiorias como minorias? Não serão conciliáveis, na geometria política, as esquerdas de ativismo e as de militância partidária?
Não nos libertámos ainda, homens e mulheres, nem a nós nem aos nossos filhos, de uma cultura de poder que tem na sua base uma compreensão da própria sexualidade enquanto violência.
O ponto a reter aqui é menos que a violência tem sido historicamente o grande nivelador, mas que o grande desnivelamento tem sido a fonte e o terreno da violência de massas.
Temos de compreender que uma Web global com personalidade e arrufos não é um dado que nos transcende, mas que precisa do nosso cuidado coletivo, ético e político. O melhor é ir entrando devagarinho neste novo mundo em vez de lhe virar as costas com anátemas.
Portugal tem tido na propriedade privada um pilar estruturante, até mesmo culturalmente. Ser dono de si significa muito literalmente ser dono. O resto é conversa, navegue-se à esquerda ou à direita.