Podemos considerar que o trabalho intrinsecamente indiferente à produtividade é um bem social e, portanto, um direito que deve poder ser fruído pela sociedade em geral.
Revejo-me na tradição da 1ª emenda da Constituição norte-americana: desde que não passe à acção, toda a opinião tem o direito à expressão. E toda quer dizer toda.
Os intérpretes da governação são também muito melhores, a começar pelo topo. É só com desconforto, até para os seus correligionários, que o ex-PM é lembrado, dada a contradição dos tempos com ele, contraste que realça a sua fraca figura.
Fora da esfera do serviço público, o uso não inclusivo da linguagem é livre. E inclui o direito a ofender. Mas ver no direito a ofender o direito a passar sem crítica e repreensão social a ofensa que exclui e discrimina é auto-indulgência.
A fronteira foi sempre, e acima de tudo, um dispositivo político de exclusões por delimitações muito peremptórias sobre quem é, de direito, sujeito de inclusão.
O mais revolucionário a fazer é: começar a parar. A melhor garantia da nossa sobrevivência como espécie é pararmos de nos comportar como sobreviventes.