Num tempo de eleições, devíamos estar chocados com o horizonte de possibilidades que se vai definindo do estreito anel do fundo do poço em que caímos. Mas em Portugal a discussão na esfera pública segue um sentido leviano enervante.
Por definição, sem limites não há liberdade de expressão. Por isso, a defesa da liberdade de expressão entendida irrestritamente, como se pudesse existir sem limites, é um embuste político e que tem de ser combatido politicamente.
O governo de Israel desrespeita tudo, a humanidade dos palestinianos, a missão das Nações Unidas, a sua própria democracia. Mas, no Ocidente, ‘democracia’ é palavra de pouco peso se opositora da acção de Israel.
Falta democratizar oportunidades enfrentando as múltiplas camadas de desigualdade que assolam o país: desigualdade de rendimento, territoriais, de género, culturais, elitismos perpetuados.
O revanchismo da democracia contra a própria democracia empobrece-a. Este governo não devia ceder à pulsão revanchista que se prepara para assaltar a democracia.
A CGD entregou mais de meio milhar de milhões de euros ao Estado. Só isso pagava as pretensões de polícias e professores que, durante anos, protestaram com razões de sobra. A ironia amarga vira-se contra o próprio governo de António Costa.