O que fica é um governo de direita fraco, refém de acordos, assombrado por 48 deputados com o discurso anti-sistema. Os tempos são exigentes para governo e oposição. E esse deve ser um entendimento comum.
Se há justas reivindicações de muitos setores – médicos, professores, polícias, forças militares –, a negociação sempre taco a taco tem alcançado resultados. O problema de fundo é outro.
As linhas vermelhas estão a diluir-se. Vemos crescer a influência de um partido que não se reconhece na Constituição a ponto de podermos antever que a rasgaria se alcançasse poder suficiente para o fazer.
Houve falta de democracia, mas também mau desenho legislativo. Quinze anos depois da aplicação do regime jurídico do ensino superior em Portugal, o lastro na vida do ensino superior é pesado.
Como pode persistir válido o poder de veto de um só país contra todo o mundo? Sem visar directamente a administração norte-americana, António Guterres reagiu bem. Não deixará de perseguir o objectivo de um cessar-fogo.
Deveria ter sido feita uma reflexão no pós-socratismo. Há muito, mas sempre vão a tempo de a fazer. Simplesmente, entretanto, o escândalo maior é outro.