O parlamento é sem dúvida o espelho do país. Mas tem de ser mais do que isso, porque não pode esgotar-se numa pronúncia de ocasião, de resposta arrependida porque mal informada ou mal fundamentada.
Apesar de uma imagem menos positiva, o deputado e o parlamento ainda são um recurso valioso a que se recorre, perante a surdez ou cegueira dos poderes públicos.
Num Governo sem ideias nem opções viáveis durante o mandato, manietado e amarrado pelos parceiros, o primeiro-ministro cansou-se e esgotou a sua capacidade.
Jargões radicais podem ser próprios para manchetes de jornais e polémicas públicas, mas contribuem para lançar acendalhas numa fogueira que na Europa já deixou há muito de ser latente.
Os riscos de uma maioria de um só partido são significativos para a evolução política e para a estabilidade social. Até porque as maiorias se corroem a si mesmas. Com prejuízo para todo o sistema.