Há políticos que devem ser vacinados pela função que desempenham. Mas, mais uma vez, a demagogia parece galgar terreno e a falta de decisão inicial atropela agora uma decisão de Estado, porque é disso que se trata.
As eleições autárquicas não devem ser desvalorizadas, daí podendo resultar a consolidação de uns e a perda de influência de outros. A capacidade política de liderança e vontade de alcançar o poder instalado serão cruciais.
Marcelo será eleito à primeira volta, no período mais preocupante da nossa história recente, e terá pela frente a difícil tarefa de coabitar com um governo e uma esquerda em início de mudança de ciclo.
É o mais sério aviso para que se repensem comportamentos, políticas e mensagens numa nova organização política dos Estados. Para que se descubram novas soluções que não assumam o debate político como um ‘reality show’.
No final deste semestre urgirá abrir a porta para devolver ao país a imagem de que o Executivo dispõe de uma estratégia de desenvolvimento de benefício geral e não apenas de um conjunto de políticas exauridas.
O ano de 2020 fica inevitavelmente ligado à propagação do vírus, passando da incredibilidade da doença à evidência da pandemia, e o que era ficção rasgou a realidade.