Não faltaram apenas debates sobre a visão e estratégia para e Europa nas respetivas eleições; falta também agora. Estamos no momento que antecede o Orçamento, que devia plasmar, no seu âmbito anual, a visão e nossa estratégia plurianual enquanto país.

Portugal falha na quebra da reprodução social, ou seja, as oportunidades e desenvolvimento económico e social continuam demasiado agarradas à origem, formação e rendimento dos pais.

Pouco se fala de a necessidade do mercado de trabalho ser menos dual, mais vocacionada para proteger a pessoa e não o emprego, e onde haja incentivos a que o empregador arrisque na criação de mais emprego.

Mais informação pode conduzir a uma maior exigência na atuação do Estado e a um maior escrutínio por parte dos trabalhadores. Afinal, se o Estado é “sócio” no fruto do trabalho dos cidadãos, é bom que o aplique bem.

Onde estão, afinal, a alteração do modelo de crescimento, o aumento de competitividade, a aproximação à Europa e as bases para o aumento sustentável dos salários?

No final, o maior empregador com falsos recibos verdes é o próprio Estado. Nos Ministérios, o “campeão” é o Trabalho e Segurança Social, o promotor e defensor do trabalho digno.