A narrativa ucraniana inclui frequentemente aspetos contraditórios. Por um lado, vitória militar, por outro, cedência. Coexistem dois discursos inconciliáveis.
Tudo o que está agora a acontecer lembra as recentes palavras de John Matlock, o último embaixador dos EUA na URSS: estas lideranças parecem não estar à altura daquelas que resolveram a Crise dos Mísseis de Cuba.
A explicação para os acontecimentos em curso na Ucrânia não se encontra em abordagens maniqueístas dos bons contra os maus, mas sim na geoestratégia, que tem influenciado de modo decisivo a política externa das grandes potências.
A União Europeia, no papel de mediador, que nunca assumiu, devia ter tomado uma postura neutral e perceber as preocupações de segurança do “outro lado”, mesmo que não as compartilhe.
Se o objetivo destas movimentações era uma operação de mudança de regime e instalar no Cazaquistão um governo hostil a Moscovo, o resultado foi o oposto.