Passados 50 anos, não se assimilou o facto das relações de Portugal com os novos países de língua oficial portuguesa terem de se subordinar a uma lógica de pares inter pares.
À semelhança do que aconteceu noutras situações, corremos mais uma vez o sério risco de sermos confrontados com os erros de cálculo estratégico de Washington.
Israel terá de incorporar no seu cálculo estratégico o facto do Irão de hoje não ser o mesmo Irão de há duas décadas. Fica a esperança de o conselho de Biden a Netanyahu prevalecer.
O facto da Ucrânia albergar terroristas que cometeram atos terroristas em território russo contra cidadãos russos confere a Moscovo o direito de ir atrás desses terroristas.
Seria sensato que os europeus não aumentassem os decibéis da retórica, num coro de apoio aos EUA, e percebessem ser tempo para reconciliar e recuperar fórmulas de convivência pacífica, já testadas com sucesso no passado.
Convém questionarmo-nos se a solução que vier a ser encontrada para o conflito será melhor para Kiev do que aquela possível de obter em 2022. Seguramente que não.