Os EUA de Trump já deixaram claro que têm em escassa consideração a obsessão europeia perante a agressividade russa. E expressaram de forma muito óbvia que não estão dispostos a suportar o custo da segurança alheia, perante um adversário que não veem como o seu inimigo principal.
Biden pode dizer finalmente aos americanos que fez regressar “our boys”, tal como a sociedade estado-unidense exigia, deixando ali a prova provada de que um trabalho paciente pode levar a um “nation building”. Mas não foi assim.
Talvez tenha chegado o momento de começar a diluir ainda mais o papel das presidências rotativas, em detrimento dos Estados-membros, como forma de evitar o surgimento oportunista de agendas nacionais.
Hoje, Biden brilha especialmente no plano externo. Foi firme face à China e Rússia, como todo o eleitorado americano quer, e sossegou os aliados e parceiros, exaustos de Trump.
Recordo o dia em que o embaixador de Israel em Portugal cessou as suas funções. Benjamim Netanyahu acabava de ser nomeado primeiro-ministro. Disse: “O meu país entrou no caminho da tragédia. Qualquer paz é impossível com ele.”