As cortes, no seu esforço de sobrevivência institucional, têm assim de ter inteligência para se adaptar às mudanças da sociedade. Da mais “profissional” das Monarquias europeias não era expectável um erro tão grosseiro.
Começou por condenar a “velha política”. Esta resistiu e conseguiu convencê-lo de que era impossível obter soluções governativas sem o apoio dos partidos do “centrão”. Depois, abriu o governo a antigos críticos.
Deve uma Presidência portuguesa da União Europeia obrigar todas as forças políticas a um compromisso de lealdade, ocultando divergências, para não pôr em causa a imagem externa do país?
A presidência alemã revelou uma excelente liderança na coordenação dos Estados-membros, funcionando como aliada operativa da Comissão, com o Banco Central Europeu, num novo esforço “whatever it takes”.
Nunca se tinha assistido a uma afirmação tão despudorada da preeminência dos interesses americanos, em detrimento dos interesses dos outros, sem o menor respeito por regras de convivência internacional.
O único denominador comum entre todos parece ser a sua sedução por modelos autoritários, a recusa da globalização e a identificação caricatural que fazem das democracias liberais com o neoliberalismo mais maléfico.