Os que vivem de odiar os outros prestam um fraco serviço à sociedade e nada solucionam. Num mundo cada vez mais plural e interligado, a resolução dos problemas e dos antagonismos só poderá vir da procura sustentada de harmonia.
Portugal não precisa de crescer muito. Basta redistribuir melhor os rendimentos e a riqueza, apostar em políticas de bem-estar no trabalho, capturar os milhares de milhões de impostos que fogem à AT e desfazer a corrupção.
Uma democracia que não tenha uma Constituição como a nossa, que proteja esses valores, corre o risco de o deixar de ser por vontade de parte da população: basta que um partido totalitarista ou fundamentalista religioso chegue ao poder e se aproprie do sistema, destruindo a possibilidade de alternância e eliminando o humanismo e o secularismo.
Qualquer partido novo que queira ser protagonista terá que captar abstencionistas, que são, maioritariamente, centristas, roubar votos aos partidos instalados e ter um discurso novo, social-democrata.
Portugal deve evitar uma maioria absoluta unipartidária e, antes, começar a consolidar a praxis de maiorias pluripartidárias e governos de coligação. É mais democrático.
O abastecimento energético é um assunto de Estado, e deve ser o Estado a garantir que esse abastecimento nunca falha e tem custos controlados. E deve passar pela aposta nas energias renováveis, produzidas localmente e controlados pelo Estado democrático.