Há poucos dias, o sintomaticamente recém-rebatizado Departamento de Guerra dos EUA emitiu um memorando a exigir que os jornalistas obtenham autorização para publicar artigos, sob pena de verem o acesso ao Pentágono revogado.
Se perguntarem a qualquer cientista em Portugal quais os maiores problemas do setor, a resposta “falta de financiamento” será provavelmente a mais ouvida. É, por isso, duvidoso, que extinguir a FCT juntando-a à ANI seja a solução mais prometedora.
O Governo parece apostado em empolar os números da imigração de forma alarmista, numa clara cedência à agenda da extrema-direita. Este é um jogo muito perigoso: sabemos como começa, mas não sabemos como acaba.
No caso trazido aqui à colação, a opção é entre o belicismo alegadamente preventivo ou o respeito por uma ideia de ‘civilização’ baseada em normas, respeito e direitos humanos.
Há qualquer coisa de cómico nos microciclos políticos. Já se sabe que os “mercados” tendem a apreciar a estabilidade, mas nada garante que a profusão de eleições não acabe por resultar num desligamento da população.
Seria bom se, perante o declínio dos EUA, a Europa, Portugal incluído, finalmente desenvolvesse uma verdadeira política de investimento em ciência e conhecimento. Eis uma prioridade pela qual vale a pena lutar.