A sensação que fica é que a Câmara de Lisboa é um navio à deriva e que o seu comandante não é um líder, mas um timoneiro que procura salvar a sua própria pele.
Janez Jansa arrisca-se a não cumprir o seu terceiro mandato, porque após duas moções de censura enfrenta agora um processo de destituição no Parlamento. E os fundamentos são graves.
A ministra Van Dunem feriu a integridade e o respeito pelos elementares princípios da República, ao ter subvertido a cadeia natural de um processo que deveria ser sério, transparente e de mérito.
A União Europeia tem cometido um erro nesta matéria que é o de adotar sucessivamente declarações, portanto, atos não vinculativos, que não tem o poder de, posteriormente, implementar.
Extinguir o SEF por Decreto de um Governo, que nem sequer tem maioria parlamentar, é desprezar e mesmo humilhar todos os cidadãos portugueses que o Parlamento representa.
As consequências podem ser desastrosas em caso de pronúncia pela inconstitucionalidade por parte do Tribunal Constitucional Alemão, como um atraso no programa e uma tranche de apoios significativamente mais pequena.