Trump quer um dólar fraco, argumentando que a indústria do país beneficiará, mas quais serão as reais consequências de tal estratégia para os consumidores norte-americanos e para as economias do resto do mundo, incluindo bancos centrais?
O que parecia há uns anos um medo exagerado está a materializar-se: os mercados estão a distanciar-se do dólar como ativo de reserva, com escalada tarifária e imprevisibilidade dos EUA.
Tensões geopolíticas e incerteza irão abrandar a economia global, com especial impacto nos EUA, cuja projeção para o avanço no PIB fica apenas 0,1 p.p. abaixo da portuguesa.
Ainda assim, o Fórum mantém em aberto a possibilidade de a economia nacional alcançar os 2% de crescimento este ano, apontando a um intervalo entre 1,5% e 2%. Para o próximo ano, a economia deve estabilizar entre 1,4% e 2%.
A divisa norte-americana irá continuar a cair dada a desconfiança crescente dos investidores nas políticas da administração Trump, embora o economista chefe do Goldman Sachs não projete a perda de estatuto como divisa dominante. Já o banco alemão espera uma queda sustentada do dólar até 1,30 contra o euro em 2027.
A confirmar-se, será o terceiro ano consecutivo sem crescimento no motor industrial europeu, um cenário nunca antes visto na Alemanha do pós-guerra. Tarifas de Trump apagam ganhos da reforma do travão constitucional da dívida.