João Barros

Expectativa por ronda de estímulos, sobretudo ao consumo privado, vinha crescendo há vários semestres e hostilidade de Trump parece ter sido gota final. Custos de financiamento e reservas serão aliviados.

A instituição aponta ao regresso aos défices a partir do próximo ano, com o PRR a ter um papel determinante nesta dinâmica, e alerta para a perda de capacidade de resposta caso o ciclo económico se agrave ainda mais.

A instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral antecipa um abrandamento do crescimento para 2,2% este ano e 2% no próximo, mas sem avaliar ainda o impacto do protecionismo norte-americano. Em políticas invariantes, o próximo ano traz o regresso aos défices orçamentais.

O plano para mitigar os efeitos das tarifas de Trump será debatido no Conselho de Ministros desta quinta-feira, onde será tema central. Associações empresariais que reuniram com o Governo pedem rapidez na execução dos apoios, sobretudo dado o contexto atual de crise política e a necessidade de enfrentar as taxas já impostas pelos EUA.

O anúncio de Trump na passada quarta-feira lançou a economia global numa espiral descendente entretanto (aparentemente) contida, mas as tarifas só entram em vigor esta semana, depois de UE e China já terem garantido retaliar, embora com abordagens diferentes.

Com as tarifas a entrar em vigor esta quarta-feira, o Executivo está a reunir com associações empresariais para discutir formas de mitigar os seus efeitos, preparando um plano que inclui o reforço de linhas de crédito à exportação e de seguros de crédito, bem como apoios à diversificação de mercados, competitividade e inovação. Compete e Banco de Fomento também vão ajudar empresas. AEP diz que plano poderá rondar os 2,5 mil milhões.