A emissão deste mandado europeu de detenção contra Puigdemont e seus comparsas desta ópera bufa é o último passo nessa deriva irresistível das autoridades espanholas – enfrentar os secessionistas não no campo político, mas nas salas de audiência dos tribunais.
A UE, ao passar por cima dos próprios Estados e ao deixar para estes um núcleo residual de poderes e competências, enfraqueceu o poder dos Estados e facilitou o seu relacionamento com os mesmos.
Espanha não é uma nação, é um Estado multinacional ou plurinacional, onde convivem e confluem várias nações. Por isso, esta é uma batalha condenada a não terminar.
Angela Merkel, que ontem era detestada pelas suas opções políticas, é vista hoje como a única capaz de sustentar as reformas que a UE necessita e carece urgentemente.
Quem assistiu ao debate eleitoral que a chanceler travou com o social-democrata Schulz, ficou a perceber os caminhos comuns que Paris e Berlim podem estar dispostos a trilhar.
Não chega proclamar que não devemos deixar que os terroristas condicionem e determinem o nosso modo de vida e influam sobre as nossas decisões. É falso. É mentira. Já condicionam.