Depois da revisão constitucional de 1982, o semipresidencialismo português passou a mitigado. Uma realidade que o Presidente constitucionalista conhece, mas que parece estar a esquecer.
No caso português, a pandemia encarregou-se de mostrar aquilo que era indisfarçável. Aos olhos de um número crescente de portugueses Costa está a perder a legitimidade de exercício.
A Declaração de 1789 estipulou o que era proibido ao Estado. A de 1793 acrescentou o que o Estado era obrigado a fazer. Só que é grande a diferença entre o Estadista e o profissional da política.
Será que a promessa da chegada ao arquipélago de avultados fundos comunitários basta para inviabilizar o regresso antecipado às urnas? O PS continuará ao leme? Preocupa a resposta passar por mãos populistas.
Biden vai à frente no que concerne ao voto antecipado, mas aguarda-se um vigoroso sprint final por parte de Trump, até porque o vírus parece não ter deixado novas sequelas.
O BE só tem uma opção: viabilizar o Orçamento. A estratégia passa por criar na opinião pública a imagem de que só o fará depois de aturadas negociações nas quais traçará muitas linhas vermelhas.