A Europa, em particular, deveria olhar para Hiroshima com redobrada atenção. A guerra em solo europeu, na Ucrânia, carrega o risco de, por descuido ou por cálculos políticos equivocados, escalar para algo muito mais devastador do que imaginamos.
Trump, “o Grande”, aposta cada vez mais em desgastar os alicerces da ordem que amplificou a influência dos Estados Unidos no mundo e do sistema internacional do pós-1945, tornando o mundo muito mais instável.
Ao invés de temer a ascensão da China, da Índia, do Brasil e do Sul Global, a Europa deveria integrar-se nesse novo concerto mundial. Forjar uma realidade multipolar mais representativa, mais justa e mais funcional.
A marginalização de populações, o abandono de periferias e o discurso da rejeição apenas fertilizam o terreno para a radicalização. Podemos todos aprender com o exemplo de Xinjiang, na China.
A verdadeira salvaguarda da soberania, no mundo realista e desigual da geopolítica, talvez resida justamente naquilo que o Tratado de Não-Proliferação Nuclear tenta, há muito, impedir.
Tanto Zelensky quanto Netanyahu veem no prolongamento das guerras a única estratégia eficaz para garantir permanência no poder, reforçando ideologias de guerra em detrimento de qualquer horizonte de paz.