A nova NATO, embora vestida com os trajes do multilateralismo, é cada vez mais um clube de compradores. E a Europa, sem narrativa estratégica, tornou-se o cliente ideal: rico, culpado e sem exigências.
Para Netanyahu, o ataque em solo iraniano foi uma demonstração de força. Mas para Donald Trump, agora de novo Presidente dos EUA, foi um lembrete incómodo de que mesmo os aliados mais próximos podem complicar estratégias delicadas.
A Europa é um gigante económico sentado num banco de areia. Tem pernas, mas afunda‑as em debates internos e mecanismos de decisão lentos, obsoletos para tempestades políticas.
O argumento de que “Israel está apenas a defender-se” tornou-se insustentável. Não porque o direito à defesa não exista, mas porque esse direito não pode incluir fome, destruição sistemática e ataques a campos de refugiados.
É preciso reconstituir uma gramática da política que reconquiste os desiludidos. Reanimar a ideia de contrato social. Voltar a fazer da política uma promessa de futuro, e não apenas uma gestão do presente. Isso implica reformas estruturais, sim, mas também um novo pacto de cidadania.
A cimeira Reino Unidio-UE teve objetivos modestos, mas o seu significado é profundo: há uma mudança de tom, uma vontade política de afastar o ruído tóxico do referendo de 2016 e abrir caminho para uma nova geração de relação.