A cimeira Reino Unidio-UE teve objetivos modestos, mas o seu significado é profundo: há uma mudança de tom, uma vontade política de afastar o ruído tóxico do referendo de 2016 e abrir caminho para uma nova geração de relação.
Farage antecipa, com a imodéstia de sempre, uma tomada da direita britânica por uma versão raivosa e simplificada do thatcherismo, sem ideias, mas com slogans.
A política, tal como o cinema, tem horror ao vazio e à irrelevância. E na Europa de 2025, Paris começa a parecer cada vez mais uma personagem secundária que não sabe que o guião já mudou.
As tarifas não são pagas pelos “inimigos externos”, são impostos indiretos pagos pelos consumidores. A Europa tem de responder com inteligência, coesão e ambição.
Politicamente, o Livro Branco é um marco. Coloca a defesa no centro da agenda europeia, onde tradicionalmente imperaram temas económicos e institucionais. Representa também um momento raro de lucidez estratégica.
A ambição de Merz vai além da defesa: quer que a Alemanha recupere um papel central na definição do futuro da União Europeia, tornando-se o motor de uma nova fase de integração política e económica.