O Banco de Portugal revelou esta semana que Portugal voltou a registar défices nas contas externas no primeiro semestre do ano. É verdade, mas há uma boa explicação para isso.
A economia travou a fundo no segundo trimestre, mas a dinâmica da atividade é suficientemente boa para assegurar um crescimento acima dos 2% em 2017 e repetir a melhor marca desde 2000 (2,5% em 2007).
A primeira nota é que a taxa de desemprego está mais ou menos ao nível registado antes da Grande Recessão. Os 8,8% são apenas marginalmente superiores aos 8,4% atingidos em 2007
Taxas de juro estão a descer desde meados de 2012 – um facto conhecido por quase toda a gente. Menos conhecido é o facto de a diferença entre as taxas cobradas às empresas portuguesas e as cobradas às congéneres alemãs estar cada vez mais esmagada.
Um dos maiores erros de quem discute o programa grego sem os principais números à mão é a tendência para colocar a crise da Grécia no mesmo lote da “crise dos países periféricos”.