A morte desincrustou-se da ritualidade relacional e do simbólico e foi tomada e colonizada por um enorme aparato técnico-burocrático e mercantilizado do qual ninguém consegue escapar. A morte não só se arreda da proximidade social e pessoal como se afasta do humano.
É fundamental dar espaço e tempo ao tempo, para que este aconteça sem imposições prévias e direções pré-estabelecidas. Uma política do tempo não deverá recuar ao primeiro obstáculo.
Neste nosso gradual regresso precisamos de incorporar o “homem lento” que recusa a inevitabilidade de abandonar os seus próprios lugares à monotemporalidade externa e acelerada do capitalismo da economia de mercado global e total.
O tempo de teletrabalho entremeado com tarefas domésticas e educativas estende-se ao limite das capacidades psicológicas. A aceleração sedentarizou-se na delonga da espera, agora prostrados no sofá e com um ecrã à frente.