Seria importante enquadrar na análise destes casos, e respetivas condutas lesivas, as crescentes e sofisticadas dinâmicas de ‘financeirização’ que marcam o atual sistema capitalista.
É preciso desmantelar os fundamentos económicos e sociais do neoliberalismo, ou seja, reverter algumas das políticas de privatização e de liberalização que vêm do passado.
Politizar significa demonstrar que a pobreza é uma questão pública e de todos, cuja resolução e erradicação não passa pela mera alteração das “mentalidades individuais”.
Fica a ideia de que o empreendedor não envelhece, não ganha peso, não perde cabelo, pelo contrário, é por natureza irrequieto e está sempre a mover-se agilmente de um país para o outro.
O desafio de recuperação e de religação do território ao país é colossal e não se resolve apenas com a urgência da resposta. Exige uma organização planificada e multissetorial.
Precisamos de uma política para a vida de todos os dias, capaz de se desamarrar dos bastidores da política dos interesses que, por sua vez, se encontra confinada às restritas elites de sempre.