Devemos, segundo se diz, “ser flexíveis”, “aproveitar as sinergias”, “apresentar dinamismo”, leia-se, trabalhar quase a custo zero, as horas que forem precisas e no sítio onde for entendido. A vida privada é para “povos com muito dinheiro”.
O título deste artigo também poderia ser “Quem tem medo da auditoria?”, uma vez que a CPAS não deixou de proceder a uma para atacar inimigos políticos mas, agora, recusa outra, cujo âmbito de aplicação é muitíssimo mais importante.
Enquanto as condições se agravam para os advogados no ativo, os mais velhos e reformados mantêm-se nos seus castelos, invocando que todos os que clamam por alguma justiça relativa são ignorantes ou ingratos.
Não é suposto, presumo eu, assumir-se que grande parte dos advogados se vê aflito para pagar as contas e que devemos ser a classe mais desprotegida em termos de doença.
Enquanto nos divertimos com o que se vai passando, transformando tudo numa enorme piada, esquecemos que existe um rasto imenso de vítimas das tropelias que, longe de permanecerem no passado, continuam a ser praticadas.